Apagão completa 2 dias com 699 mil clientes ainda no escuro em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos 698,8 mil clientes da Enel em São Paulo completaram dois dias sem energia elétrica em São Paulo. Segundo o governo do estado, esse é o número de casas ainda afetadas pelo apagão que atingiu a Grande São Paulo na noite de sexta-feira (11).

Segundo a concessionária, até a tarde, o serviço havia sido reestabelecido para cerca de 1,3 milhão de clientes, dos 2,1 milhões atingidos pela queda de luz durante o temporal.

A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) também afirmou que vai exigir que o Ministério de Minas e Energia e a Aneel que apontem as medidas que estão sendo tomadas para que o serviço seja reestabelecido totalmente e que a Arsesp (agência reguladora estadual) vai investigar as responsabilidades das empresas –em uma clara referência à Enel.

O Procon-SP também anunciou que vai notificar a Enel para explicar a demora para a volta da energia.

No total, 53 escolares foram afetas pelas chuvas. Em seis delas as aulas foram suspensas por falta de energia elétrica. Segundo o estado, o conteúdo pedagógico será reposto conforme cronograma da gestão escolar.

A Enel afirma que cerca de 1.600 técnicos estão em campo tentando resolver o problema. Profissionais do Rio de Janeiro e do Ceará, além de funcionários emprestados por outras distribuidoras, estão sendo chamados para ampliar o contingente.

Ao longo da noite sábado e madrugada de domingo, moradores de São Paulo de algumas regiões de São Paulo relataram a volta da energia –após mais de 24 horas no escuro. É o caso da Vila Anastácio, na zona oeste, onde a luz voltou por volta da 1h. Na Vila Mariana, perto de 0h30.

SEM ÁGUA

A falta de energia também afetou o abastecimento de água na Grande São Paulo. Segundo o governo de SP, há falhas nos seguintes bairros:

CAPITAL: Americanópolis, Vila do Encontro, Vila Clara, Ipiranga;

COTIA: Jardim Atalaia;

CAJAMAR: Jordanésia e Parque São Roberto;

MAUÁ: Pq. São Vicente (trecho), Zaíra, Vila Santa Rosa, Jd. Guapituba, Jd. São Jorge, Jd. Primavera, Jd. Ana, Itaussu (trecho), Vila Noêmia, Jd. Pedroso, Vila Assis Brasil, Vila N. S. das Vitórias, Carlina, Pq. das Américas, Vila João Ramalho, Jd. Oratório (trecho), Jd. Esperança, Vila Bocaina.

Segundo a Sabesp, também há impacto no fornecimento em São Roque e Araçariguama. Ocorrências e solicitações podem ser registradas na Central de Atendimento pelo telefone 0800 0550195 (ligação gratuita), pelo WhatsApp (11) 3388-8000 e pela Agência Virtual no site www.sabesp.com.br.

ENEL SOB PRESSÃO

A empresa foi alvo de uma enxurrada de críticas neste fim de semana por conta do tempo prolongado para reestabelecer a luz nas casas e comércios.

Tanto o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) quanto o prefeito Ricardo Nunes (MDB) pediram o fim do contrato com a empresa. A Aneel, agência do governo Lula (PT) responsável por fiscalizar o setor, disse que poderá retirar os direitos de concessão da companhia.

Tarcísio fez contato direto com a Aneel para cobrar medidas contra a companhia, reforçando que mais uma vez a demora para restabelecer o fornecimento de energia em São Paulo após uma tempestade. Em novembro de 2023, outro temporal deixou vários pontos da cidade sem energia por até seis dias.

Em vários pontos da cidade, moradores e comerciantes contam os prejuízos. Na Barra Funda, na tarde deste sábado (12), um grupo de amigos jogava truco na calçada do bar do Sinval, na rua Doutor Ribeiro de Almeida. A jogatina, que sempre ocorre dentro do estabelecimento, perdeu o lugar por falta de luz.

O dono, Sidnei Guimarães, o Zonga, 49, contava os prejuízos de um sábado sem luz. Ele disse que deixou de vender cerca de 80 refeições. Também tinha medo que caso a falta de energia continuasse, perdesse bebidas e carnes congeladas.

Sentado na soleira de um comércio fechado de frente para a árvore caída estava o marceneiro Orlando Bind, 78. Diabético, ele necessita de aplicações de insulina, armazenadas em uma geladeira.

“É uma vergonha. Foi às 19h de ontem e até agora, nada. Coloquei a insulina em uma caixa de isopor com gelo. Vou ter que comprar mais gelo”.

Redação / Folhapress

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