Apagão no país suspende aulas, afeta hemocentro e deixa semáforos desligados

RECIFE, PE, RIO DE JANEIRO, RJ, CURITIBA, PR, PORTO ALEGRE, RS, E SOROCABA, SP (FOLHAPRESS) – Aulas suspensas, semáforos sem funcionar, fornecimento de água afetado e atendimento em hemocentro suspenso. Estas foram as principais consequências nas capitais após seis horas de apagão que atingiu 25 estados e o Distrito Federal. O sistema só voltou ao normal às 14h30 em todo o país.

Os estados do Norte e Nordeste foram os mais afetados, sendo as últimas a terem o serviço restabelecido.

No Maranhão, o Hospital do Câncer, em São Luís, precisou suspender parte das consultas, exames e procedimentos. Os atendimentos de urgência e emergência foram mantidos com ajuda de geradores. O funcionamento de semáforos foi afetado temporariamente.

No Piauí, o Hemocentro suspendeu a coleta de sangue temporariamente durante o apagão. Os atendimentos nos hospitais da rede pública estadual não tiveram intercorrências expressivas por causa do funcionamento dos geradores de energia.

Teresina teve o funcionamento de semáforos comprometido. Escolas públicas e particulares liberaram os alunos para irem para casa por causa da queda de energia. Sem fornecimento, não tiveram como utilizar ventiladores ou ares-condicionados.

Em Pernambuco, o abastecimento de água foi afetado por causa do apagão, e 80% das unidades operacionais da Companhia Pernambucana de Água e Esgoto ficaram paralisadas. A distribuição de água está sendo normalizada de forma gradativa, após o retorno do fornecimento de energia.

Na região metropolitana do Recife, Olinda e Paulista seguiam pela tarde com abastecimento de água suspenso. O Cabo de Santo Agostinho também está com abastecimento comprometido.

A previsão era a de que a distribuição de água fosse regularizada nestas cidades no final do dia, de forma gradativa. A capital Recife não teve impactos expressivos do apagão.

Em João Pessoa, semáforos foram afetados pela queda de energia, mas o funcionamento voltou ao normal às 11h.

Em Fortaleza, hospitais e demais unidades de saúde funcionaram normalmente, de acordo com a prefeitura. Instituições de ensino e comércio também não foram afetados —é feriado municipal na capital cearense.

A linha sul, transporte sobre trilhos que liga Fortaleza aos municípios de Maracanaú e Pacatuba, teve operação interrompida durante a manhã. O VLT de Sobral paralisou por motivos de segurança. De acordo com o governo estadual, o transporte público já foi normalizado.

No Rio de Janeiro, 320 escolas municipais foram afetadas pelo apagão nas zonas norte e oeste. Porém, segundo a prefeitura, as instituições abriram protocolos de atendimento junto à concessionária Light, e a energia foi totalmente restabelecida.

Na área da saúde, duas clínicas da família na região do bairro Campo Grande, na zona oeste do Rio, precisaram suspender as consultas, que foram reagendadas para esta semana. A maioria das unidades de saúde da cidade do Rio manteve o atendimento nesta terça.

Na área de transportes, o MetrôRio disse no começo da tarde que as linhas 1, 2 e 4 operavam com intervalos regulares e que a circulação estava normal. A SuperVia, por sua vez, declarou que o sistema de trens não foi afetado pelo apagão.

Em Belo Horizonte, a empresa Metrô BH interrupção do sistema elétrico de transporte por volta das 9h. Alguns usuários precisaram desembarcar fora do ponto da estação. Mas, segundo a empresa, o serviço voltou a funcionar normalmente após 30 minutos.

A Cemig, que fornece energia em Minas Gerais, disse que o desligamento ocorreu às 8h31 e o restabelecimento se iniciou a partir da autorização do ONS, às 8h46. “Todos os clientes afetados da área de concessão da Cemig Distribuição em Minas Gerais foram restabelecidos ainda no período da manhã”, segundo a empresa.

Em Manaus, uma das seis cidades do Amazonas atingida pelo apagão, a falta de luz pela manhã afetou também as estações de bombeamento de água, o que só deve ser normalizado nas 24 horas seguintes ao restabelecimento total da energia, que ocorreu às 12h55.

Caminhões pipa foram encaminhados a postos de saúde e hospitais da capital amazonense. O cenário de falta d’água e energia somado do calor de 32°C fez com que creches cancelassem os atendimentos nesta terça-feira.

Também em Manaus, no cruzamento das avenidas Djalma Batista e João Valério, uma loja distribuiu 2.000 picolés que estavam prestes a derreter a pedestres e motoristas.

Em Belém, pela falta de energia nos semáforos, houve um acidente sem feridos entre dois veículos por volta das 9h30 na avenida Almirante Barroso. O serviço começou a ser restabelecido às 10h30. Segundo a Equatorial Pará, o serviço foi totalmente restabelecido no estado às 14h23.

No Acre, o problema também afetou o fornecimento de água de Rio Branco. O serviço foi retomado gradativamente com o reinício das atividades das duas estações de tratamento às 12h e às 12h30.

Em Palmas, uma unidade do INSS teve de interromper os atendimentos em razão da falta de luz. O instituto divulgou que tomará providências para não prejudicar quem foi afetado.

Em Curitiba, o apagão atingiu cerca de 300 semáforos por volta das 8h30. Agentes de trânsito se mobilizaram para “atender os cruzamentos afetados, na medida do possível”. No final da manhã, os semáforos já tinham sido restabelecidos.

As escolas estaduais do Paraná também tiveram que interromper as atividades por um período, para aguardar a volta da energia elétrica. Cerca de 12% foram afetadas somente em Curitiba.

A concessionária Copel estima que foram afetados ao menos 1,7 milhão de consumidores no estado.

Segundo a Itaipu Binacional, o apagão não atingiu os trabalhos na usina hidrelétrica, mas informou que precisou aumentar a quantidade de energia enviada ao SIN-BR (Sistema Interligado Nacional Brasileiro), atendendo a um pedido do ONS (Operador Nacional do Sistema).

Em Santa Catarina, a Celesc afirmou que o apagão afetou pelo menos 859 mil unidades consumidoras em todo o estado, o que representa cerca de 25% do total de clientes.

Nas capitais Florianópolis e Cuiabá, as prefeituras não registraram ocorrências relevantes nos serviços públicos municipais em função do apagão. Apenas o desligamento de semáforos gerou problemas momentâneos no trânsito.

Em Mato Grosso, a interrupção afetou 343 mil clientes em todas as regiões do estado, segundo a concessionária Energisa.

BANCOS TÊM INSTABILIDADE, MAS DIZEM QUE NÃO HÁ PREJUÍZOS

Alguns bancos apresentaram oscilações e até unidades com atendimento presencial suspenso durante o apagão. As instituições informaram, no entanto, que não houve prejuízos aos clientes.

Segundo o Bradesco, algumas agências tiveram o fornecimento de energia interrompido. A falha não causou prejuízo nos atendimentos, mas o banco orientou que seus clientes procurassem os canais digitais. “Além das agências e dos canais digitais, os clientes também contam com a rede do Bradesco Expresso, correspondente bancário que oferece atendimento em estabelecimentos comerciais em horários diferenciados”, disse.

Outro afetado pelo apagão foi o Mercantil do Brasil, que teve unidades fechadas momentaneamente. Mas “não foram constatados, até o momento, quaisquer prejuízos”, destacou. Os atendimentos no banco retornaram ainda pela manhã.

Já o Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul) informou que apenas um de seus pontos de atendimento, em Porto Alegre, sofreu com a falta de luz. “Os sistemas do banco são protegidos com tecnologia NoBreak e as operações estão funcionando normalmente”, afirmou.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) informou que os bancos não relataram problemas no atendimento ao público nas agências. Já bancos digitais como Nubank, C6 Bank, PAN e Inter informaram que não tiveram problemas nos aplicativos por conta do apagão.

JOSÉ MATHEUS SANTOS, YURI EIRAS, LEONARDO VIECELI, CATARINA SCORTECCI, CAUE FONSECA E LUCAS MONTEIRO / Folhapress

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