Apesar de defasagem, Prates diz que Petrobras não mexerá em preço da gasolina agora

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta quinta-feira (18) que a empresa não pretende mexer no preço da gasolina neste momento, apesar das elevadas defasagens em relação ao mercado internacional.

Ele disse que a companhia segue acompanhando o mercado, que vem apresentando grande volatilidade após o recrudescimento dos conflitos no Oriente Médio. O preço do petróleo chegou a superar os US$ 90 por barril em um primeiro momento, mas depois recuou.

Ainda assim, com o câmbio elevado, a defasagem segue pressionando a Petrobras. Na abertura do mercado desta quinta, o preço da gasolina nas refinarias da estatal estava R$ 0,71 abaixo da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis).

O valor chegou a bater R$ 0,85 por litro no dia anterior. A Petrobras deixou de seguir apenas a paridade de importação em sua nova política de preços, implantada na gestão petista, mas o indicador ainda é um importante balizador da política comercial da empresa.

Em relatório divulgado na terça (16), analistas o banco Itapu BBA estimaram que a estatal estaria vendendo gasolina com valores abaixo da banda inferior de preços de sua política comercial. Mas também não esperavam reajustes nesse momento.

“A Petrobras sempre evitou ajustes rápidos para evitar repassar ao consumidor doméstico a volatilidade do mercado internacional”, diz o texto.

O período de elevadas defasagens, porém, já dura semanas e fechou todas as janelas de importação de produtos por empresas privadas. Ao mesmo tempo, o etanol vinha sendo negociado a preços competitivos, o que reduz o consumo de gasolina.

No conselho da Petrobras, há visões divergentes sobre a necessidade de reajuste. A Folha ouviu conselheiros cobrando a empresa por mudanças e outros avaliando que o patamar atual está dentro da política comercial da companhia.

A decisão por aumentos, porém, esbarra também no esforço do governo para reverter problemas de popularidade, com mais brasileiros considerando que a economia brasileira e sua situação econômica pessoal pioraram.

Esse cenário tende a se agravar com eventual aumento do preço da gasolina. Além disso, Prates passou as últimas semanas em processo de fritura, o que pode dificultar a tomada de decisões contrárias ao acionista controlador da companhia.

A Petrobras está prestes a completar seis meses sem mexer no preço da gasolina em suas refinarias. A última alteração foi um corte de R$ 0,12 por litro no dia 20 de outubro de 2023, acompanhando queda da cotação internacional do petróleo.

NICOLA PAMPLONA / Folhapress

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