SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O desembarque no Terminal 2 do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, foi liberado para carros e transeuntes na noite desta sexta-feira (8), cinco horas depois do fechamento em razão de um ataque a tiros no local. O pivô de uma guerra interna no PCC (Primeiro Comando da Capital) foi morto e outras três pessoas ficaram feridas na ocorrência.
A liberação para o desembarque no terminal ocorreu aproximadamente 35 minutos após a retirada do corpo do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach. O crime aconteceu no desembarque do Terminal 2, que é destinado a voos domésticos.
Por volta das 21h30 (horário de Brasília), a administração do aeroporto já havia limpado o local do crime depois da liberação dos peritos. A fita de isolamento colocada no desembarque foi retirada e uma equipe de zeladoria preparou a área para reabertura.
O setor havia sido fechado para perícia no local. Os funcionários foram orientados a deixar o espaço e a não repassar informações sobre o ocorrido.
ENTENDA O CASO
Um ataque a tiros deixou um morto e três feridos na tarde desta sexta-feira (8) no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. A vítima foi identificada como o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, ameaçado de morte pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele era o pivô de uma guerra interna na facção criminosa e foi alvo de um atentado no Natal do ano passado.
Gritzbach desembarcava no aeroporto com a namorada após voltar de Maceió. Ele teria encontrado dois seguranças -um deles estava com o filho do empresário, que teria visto o crime, apurou a coluna. Não há informações se os feridos teriam algum relacionamento com a vítima.
Um carro que teria sido usado pelos atiradores foi apreendido por equipes do 3º Batalhão de Polícia de Choque, na Avenida Otávio Braga de Mesquita, em Guarulhos. À coluna de Josmar Jozino no UOL, a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo informou que o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) investiga as circunstâncias do homicídio. O policiamento no local e imediações foi reforçado com PMs do batalhão de área e do Choque.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram ao menos um baleado na pista que dá acesso ao desembarque do aeroporto, e outro dentro do aeroporto. Dois dos três feridos foram levados ao Hospital Geral de Guarulhos. Os estados de saúde deles não foram divulgados.
O terceiro ferido foi atendido e ouvido pelas autoridades no aeroporto. “Outras testemunhas também estão sendo ouvidas pela Polícia Civil. Mais informações serão divulgadas ao término do registro da ocorrência”, disse a pasta.
Imagens obtidas pelo colunista do UOL Josmar Jozino mostram o momento em que Vinícius é morto. A ação durou poucos segundos.
A concessionária do aeroporto disse à coluna que a “polícia foi prontamente acionada, assim como a equipe médica do aeroporto [para o atendimento da ocorrência]”. “Mais informações podem ser obtidas com autoridades policiais”, concluiu.
A polícia investiga se ele foi assassinado a mando do PCC, mas não descarta outras possibilidades, como queima de arquivo, já que havia assinado acordo de delação premiada e tinha vários inimigos agentes públicos, a quem disse ter pago altos valores em propinas.
Gritzbach dizia a pessoas próximas que temia pela vida. Na delação feita ao MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo), ele disse que um advogado ligado ao PCC ofereceu R$ 3 milhões “pela cabeça” dele.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse no X que o atentado no aeroporto será “rigorosamente” investigado. “Todas as circunstâncias serão rigorosamente investigadas e todos os responsáveis serão severamente punidos. Reforço meu compromisso de seguir combatendo o crime organizado em São Paulo com firmeza e coragem”, escreveu.
BEATRIZ GOMES, UESLEY DURÃES, EDUARDA ESTEVES E JOSMAR JOZINO / Folhapress