Após apagão, gestão Tarcísio vai colocar equipe para fiscalizar atuação da Enel em temporal

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Defesa Civil estadual terá uma equipe dentro do centro de gerenciamento da Enel para acompanhar o desempenho da concessionária na resposta ao temporal previsto para este fim de semana, disse Henguel Ricardo Pereira, Secretário-Chefe da Casa Militar e Coordenador da Defesa Civil do Estado.

A decisão foi anunciada no início da tarde desta quinta (17), após reunião no Palácio dos Bandeirantes com o presidente da presidente da Enel Brasil, Guilherme Lencastre, e presidente da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa.

Pereira disse que o estado quer enxergar o que a empresa está fazendo, acompanhando os deslocamentos das equipes da Enel e de outras concessionárias para “ver se as equipes estão chegando na ponta, onde está o problema”, diz.

O coordenador da Defesa Civil também anunciou a criação de um gabinete de crise a ser instalado a partir das 8h desta sexta-feira (18) que poderá ser mantido durante todo o período de chuva.

Questionado sobre o motivo de o estado ter tomado essas medidas somente após dois grandes apagões em menos de um ano, Pereira afirmou que a estratégia agora está direcionada à transparência das concessionárias para o cumprimento dos contratos e do que foi acordado com o estado.

Mais cedo, o presidente da Enel havia anunciado o fim da crise gerada pela queda de energia que afetou 3,1 milhões de clientes na Grande São Paulo após o temporal da última sexta-feira (11). No entanto, há ainda 36 mil imóveis sem luz —número considerado perto da normalidade pela empresa.

Ele ainda destacou que na madrugada desta quinta, todos as solicitações de restabelecimentos de energia feitas nos dias 11 e 12 foram atendidas.

As 36 mil solicitações que ainda seguem em aberto, diz o presidente, foram feitas a partir do dia 13 e estão “perto da normalidade” de operação. A prioridade para empresa nesta quarta é restabelecer o fornecimento para os que seguem sem abastecimento ainda.

Segundo Lencastre, o apagão do dia 11 foi o evento climático mais grave enfrentado pela empresa desde 1995.

“Os ventos que nos atingiram foram recordes”, disse, ao descrever as rajadas de até 107 km/h durante as chuvas na Grande São Paulo na última sexta-feira. Só na capital paulista, 389 árvores caíram.

A Enel é responsável pela distribuição de energia elétrica na capital e 24 municípios situados na região metropolitana de São Paulo, em uma área total de 4.526 km². A estrutura soma 163 subestações e 42 mil km de redes de transmissão, abastecendo cerca de 8,2 milhões de usuários diariamente.

Lencastre também afirmou que o contrato de concessão da Enel precisa ser atualizado para prever eventos climáticos e investimentos na adaptação e resiliência da rede.

Quedas de árvores sobre cabos na última sexta-feira (11) são as principais causas do corte do abastecimento de energia na região metropolitana de São Paulo.

Para o temporal previsto para essa sexta, a empresa diz que vai manter suas equipes integralmente mobilizadas. São aproximadamente 2.500 profissionais que atuaram na atual crise.

A Defesa Civil afirmou que a Enel se comprometeu a distribuir 500 geradores em pontos estratégicos.

Na quarta (16), a Justiça deu um prazo de 24 horas para a Enel reestabelecer a energia de todos os imóveis atingidos pelo apagão em São Paulo, sob pena de multa de R$ 100 mil por hora de descumprimento, sem limite de valores em caso de acúmulo horário.

A liminar faz parte de uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo e pela Defensoria Pública estadual contra a Enel por causa da queda de energia em novembro do ano passado e que ainda está em tramitação.

Na terça (15), o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes, o governador Tarcísio Freitas e prefeitos da capital e de outros municípios da Grande São Paulo pediram a intervenção na Enel.

O grupo também solicitou a abertura de dados operacionais da companhia e uma revisão de indicadores como os que medem número de unidades consumidores sem energia após o temporal da última sexta.

Sob criticas e pedidos de interrupção do contrato, o presidente da Enel afirmou que a companhia cumpre os critérios técnicos da concessão, sob os quais se apoiam cláusulas que poderiam gerar pedidos de caducidade.

A Enel aguarda, porém, a publicação do decreto federal que irá rever parâmetros das concessões no país para avaliar se tem interesse na renovação do seu contrato.

Redação / Folhapress

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