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Após dispersão da cracolândia, governo de SP amplia ação com usuários para toda região central

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ampliou para todo centro da capital paulista as ações de saúde, assistência social e segurança voltadas aos usuários de drogas que antes se concentravam na rua dos Protestantes, onde funcionava o principal ponto de uso de crack na cidade.

Com a dispersão da cracolândia, que amanheceu vazia há cerca de um mês, a gestão estadual passou a elaborar relatórios de inteligência em tempo real para identificar a formação de novas aglomerações e organizar o envio das equipes.

Segundo o vice-governador Felício Ramuth (PSD), o objetivo da ação é impedir que surjam novas aglomerações de usuários na região. “Não vamos aceitar mais a formação de uma cracolândia no centro de São Paulo”, afirmou ele em entrevista à Folha

Desde a saída do endereço principal da cracolândia, dependentes químicos passaram a ocupar diferentes ruas do centro, em um perímetro que se estendeu do Bom Retiro à avenida Paulista, embora em grupos menores.

“A inteligência tem a função de monitorar pequenas aglomerações que podem surgir e identificar traficantes”, diz o vice-governador. “Se há um volume de quatro, cinco pessoas ou mais, as equipes da assistência social, saúde e segurança são acionadas. Não há uma ordem definida.”

A inteligência, no caso, é feita a partir da análise das câmeras do Smart Sampa e do Muralha Paulista —sistemas de monitoramento digital das gestões municipal e estadual—, atuação de policiais infiltrados no fluxo e por meio da identificação dos usuários.

Antes feita durante as operações da Polícia Civil, a coleta da identificação facial dos usuários para cruzamento com o banco de dados da Justiça agora realizada pelos guardas-civis do município. O método aponta procurados ou condenados em regime semiaberto.

De acordo com o vice-governador, desde o ano passado, quando as identificações começaram a ser feitas, mais de 3.000 usuários foram notificados à Justiça por estarem descumprindo medidas judiciais, sendo 15% regrediram do regime semiaberto para o fechado.

A gestão também identificou que frequentadores da cracolândia no período vespertino eram, na maioria, usuários recreativos que iam ao local consumir drogas após o trabalho. “Esse público procurou outras saídas. Por isso, sempre focamos os atendimentos no período da manhã para focar nos dependentes crônicos”, diz Ramuth.

Chamada de nova fase pela gestão estadual, a atual dinâmica no território irá incluir também um curso de qualificação de abordagem de usuários para 500 policiais militares e 500 guardas-civis. Cada agente irá receber R$ 1.200 para cursar cada um dos três módulos com 30 dias de duração cada. O governo irá destinar R$ 7,2 milhões. “É para reforçar a importância da abordagem padrão e diferenciar usuários de traficantes”, diz o vice-governador.

Ramuth negou que a iniciativa está relacionada a denúncias recentes de agressões contra usuários praticadas por guardas-civis e de uso indevido de sirenes por policiais militares durante abordagens no centro.

O fluxo de usuários de drogas na rua dos Protestantes começou a reduzir a partir de março, quando um incêndio atingiu um cortiço localizado a cerca de 100 metros da cracolândia, na rua dos Gusmões, apontado pela gestão municipal como um dos pontos de distribuição de drogas no centro.

Na época, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) contabilizou cerca de 300 usuários por dia no período vespertino. A contagem começou a cair até chegar quase à metade um mês depois, em 21 de abril, quando havia 179 usuários na rua dos Protestantes, segundo a estimativa oficial. O local amanheceu vazio 20 dias depois, em 11 de maio, quando os usuários se espalharam pelas ruas do centro.

A movimentação também coincidiu com o início da remoção dos moradores da favela do Moinho, cerca de um mês antes do esvaziamento da cracolândia. A favela é apontada pelas gestões municipal e estadual como mais um ponto de armazenamento e distribuição de drogas no centro da capital.

MARIANA ZYLBERKAN / Folhapress

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