Após pane na linha 9, passageiros esperam mais de 1 hora por ônibus de operação emergencial

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Trabalhadores que tentam retornar para casa na tarde desta terça-feira (3) esperavam mais de uma hora para chegar ao início da fila para embarcar em um ônibus da operação Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência).

O sistema Paese foi posto em operação por causa de uma pane na linha 9, da ViaMobilidade, que é concedida, por volta das 14h desta terça. Não há previsão de volta.

Após essa espera, é difícil saber para onde os ônibus estão indo. Não há sinalização nos coletivos e é preciso perguntar o itinerário para os motoristas.

A linha deixou de operar por volta das 14h. Ela era uma opção aos passageiros que não puderam usar os trens de linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e do metrô afetadas pela greve desta terça.

Com a entrada da estação Pinheiros da linha 9 fechada, passageiros que chegavam da linha-4 amarela do metrô -que também é concedida e por isso funcionou nesta terça- eram orientados a utilizar os ônibus do Paese.

Ainda na metade da fila, a analista financeiro Beatriz Martins, 23, voltava do trabalho, na República (região central) para a casa, em Osasco, na região metropolitana, no fim da tarde desta terça. “Espero chegar hoje em casa… até meia-noite ainda é hoje”, reclama.

Também morador de Osasco, o pintor predial José Anderson dos Santos, 36, era o primeiro da fila quilométrica, mas os ônibus que chegavam iam apenas no sentido oposto, para a estação Morumbi, a partir da qual era possível pegar o trem sentido Vila Natal.

“É uma vergonha, estou há uma hora aqui e não sei nem que ônibus pegar”, reclama. “E os funcionários [da ViaQuatro, que opera a linha 4, e ViaMobilidade] ainda são ignorantes com a gente”, diz.

A pane na linha 9-esmeralda interrompeu a circulação de trens entre as estações Morumbi e Villa-Lobos. O trecho liga as zonas oeste e sul da capital paulista. A paralisação havia chegado até Osasco.

A falha no sistema elétrico paralisou parte da linha por volta das 14h. Vídeos publicados em redes sociais mostraram fumaça saindo do trecho.

Às 18h05, funcionários da concessionária avisam na fila que o trem sentido Osasco havia voltado a funcionar. Houve uma correria em direção à estação.

Por causa da pane, a concessionária afirma ter contratado ônibus da operação Paese para atendimento do trecho inoperante de trens.

Questionada sobre a fila para embarque nos ônibus, a ViaMobilidade não respondeu até a publicação desta reportagem).

Funcionários do metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) deflagraram uma greve de 24 horas nesta terça-feira (3), na cidade de São Paulo, contra os projetos de privatizações do governo estadual.

A Prefeitura de São Paulo afirmou em nota que reforçou o número de ônibus urbanos nas ruas com 200 veículos a mais que o normal.

De acordo com a SPTrans, estatal que administra o transporte municipal, 12.134 ônibus foram para as ruas na capital paulista nesta terça-feira.

Às 16h, a prefeitura diz ter iniciado um esquema especial de ônibus, sentido bairros, para tentar amenizar os reflexos da paralisação nos trilhos.

Na tarde desta terça, Metrô e CPTM foram à Justiça contra a greve. O sindicato não cumpriu determinação judicial que previa 100% do contingente trabalhando no horário de pico e 80% nos demais horários. Com isso, a CPTM acionou o TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho) nesta manhã e pediu que os sindicatos fossem multados em R$ 1 milhão.

Em decisão no começo da tarde desta terça, a juíza Raquel Gabbai de Oliveira entendeu que os sindicatos descumpriram a decisão e elevou a pena, multando cada um deles em R$ 500 mil.

A decisão anterior previa multa de R$ 500 mil a ser repartida entre o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil e Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana.

As três entidades representam funcionários da CPTM. Ainda não há decisão sobre aumento da multa para os metroviários.

O sindicato afirma que está recorrendo da decisão judicial, “pois ela não corresponde ao direito constitucional de greve. Reafirmamos que em alternativa a greve nos dispusemos a trabalhar com as catracas livres.”

CLAYTON CASTELANI / Folhapress

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