RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

Após pressão, ANS decide fazer câmara técnica sobre plano de saúde sem pronto-socorro

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) decidiu criar uma câmara técnica para discutir o sistema de plano de saúde sem direito a internação, atendimentos de urgência e terapias antes de colocar o modelo em testes.

Para o Idec (Instituto de Defesa dos Consumidores) o recuo da agência reguladora é fruto da pressão de entidades de consumidores.

O modelo, que prevê limitar esses planos a consultas eletivas e exames, também já havia sido criticado no início deste mês pelo MPF (Ministério Público Federal), por meio de uma nota técnica da Comissão de Saúde da Câmara do Consumidor e da Ordem Econômica, que apontava possibilidade de sobrecarregar o SUS (Sistema Único de Saúde). O órgão avaliou ainda a possibilidade de as empresas precarizarem os benefícios a seus funcionários, passando a oferecer modalidades populares em razão do custo menor.

A decisão da ANS foi tomada em uma reunião da Diretoria Colegiada da agência realizada nesta sexta-feira (23). A comissão será formada por dois membros da Câmara de Saúde Suplementar, dois representantes indicados pela agência reguladora, além de integrantes da Associação dos Servidores e dos demais colaboradores da ANS. Ela terá como função avaliar de forma detalhada os aspectos técnicos, jurídicos, econômicos e regulatórios do plano.

O Idec afirma ainda que “o teste do produto sugerido pela ANS não representa uma inovação e tem o grande potencial de atentar contra a vida, saúde e segurança dos consumidores brasileiros, como também é extremamente prejudicial ao sistema público de saúde”.

O parecer do MPF apontava não haver estudos para dimensionar o impacto dos planos populares para aqueles que já têm convênios tradicionais.

Seria possível, segundo a procuradoria, que algumas pessoas migrassem dos convênios completos para os restritos, sobrecarregando ainda mais a rede pública em casos de necessidade de atendimento mais complexo.

COMO O PLANO DEVE FUNCIONAR?

Estima-se que os planos sejam vendidos por menos de R$ 100, mas, em casos de emergência, o consumidor continuará dependente do SUS. Pela proposta, a ANS não definirá um limite para o reajuste dos preços desse tipo de plano de saúde, como ocorre hoje com os convênios individuais e familiares.

Segundo a agência, a nova modalidade deve ampliar o acesso dos brasileiros aos planos de saúde, especialmente aqueles que não conseguem arcar com os custos dos convênios tradicionais.

A modalidade passará por um período experimental de dois anos. De acordo com a ANS, os dados dos consumidores do plano estarão integrados ao SUS Digital para que as informações sobre o paciente possam ser concentradas em uma única plataforma. Os consumidores também terão acesso a exames de baixa complexidade.

Com o fim do período de experimentação, a ideia é que ANS defina se o modelo será mantido ou encerrado.

JÚLIA GALVÃO / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS