Após queda e lesão no rosto, Flávia diz ter conquistado bronze com tontura

PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Medalha de bronze no peito, Flávia Saraiva ainda tentava, duas horas após o término da disputa por equipes da ginástica artística nos Jogos Olímpicos de Paris, entender como a conquistou. A atleta do Brasil sofreu uma queda enquanto fazia seu aquecimento nas barras assimétricas, ficou com o olho direito inchado, teve um corte profundo no supercílio direito e sentiu tontura.

“No meio da competição, eu fiquei meio tonta, comecei a ficar com um pouco de dor de cabeça. Eu me sentei, bebi água e comecei a voltar. Facilitei um pouco o meu solo, porque eu não consegui me aquecer da melhor forma possível. Mas eu falei para as meninas: ‘Gente, eu vou dar o meu melhor, vou lutar até o final’. Dei meu sangue, literalmente”, afirmou.

A carioca acredita ter acertado o próprio rosto com o joelho. Inicialmente, não percebeu que estava sangrando e saiu da área das barras assimétricas para que a companheira Rebeca Andrade pudesse ocupar o espaço. Mas todas as colegas foram em seu socorro, até mesmo uma desorientada Jade Barbosa, que seria sua substituta no aparelho em caso de necessidade de troca.

Flávia decidiu continuar e teve uma série de dificuldades com o curativo, que precisou ser trocado três vezes. Mas participou de todas as rotações da final, assim como Rebeca Andrade -Lorrane Oliveira, Julia Soares e Jade Barbosa se revezaram como o terceiro membro do time em cada aparelho- e deixou a Arena Bercy com sua medalha.

“Na hora em que eu caí, eu não sabia muito bem o que tinha acontecido. Só fui ver se estava inteira, achei que tinha até perdido os dentes. Eu não me vi no espelho na hora. Só me vi agora e falei: ‘Meu Deus, gente, como foi que eu competi assim?’. Comentei com as meninas que não estava enxergando direito”, relatou.

A atleta de 24 anos tentou se divertir com a situação e mostrou alívio com uma medalha que buscava com afinco. Ela tinha se decepcionado com o próprio desempenho nas eliminatórias individuais, no domingo (28), com classificação para a final individual geral, mas sem sucesso em sua especialidade, a trave.

“Não foi a minha melhor competição, hoje também não foi o meu melhor dia, mas eu dei o meu melhor. Graças a Deus, o resultado veio, e eu estou muito feliz de ter conquistado essa medalha por equipe. A competição por equipe é a melhor que tem, eu me sinto muito abraçada pela equipe. A gente se ama muito e sabe quanto uma luta pela outra.”

MARCOS GUEDES / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS