SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Murillo, Gabriel Moscardo, Ruan Oliveira, Matheus Araújo, Biro, Wesley e Felipe Augusto. São sete os garotos considerados como apostas de Vanderlei Luxemburgo para o Corinthians em 2023. Alguns se tornaram titulares, outros são escalados na Sul-Americana e uma parte tem entrado na etapa final das partidas decisivas.
Fato é que, para Luxemburgo, os meninos do Terrão -e os de todo o país- são o ponto de partida para se entender como o futebol brasileiro anda mal.
“Dentro do negócio futebol, o ativo maior está na categoria de base. É um risco que se corre colocá-los para jogar, pois três jogos ruins de um jovem pode acabar queimando ele. Mas é um trabalho a ser feito. Aqui eu não vou discutir isso. Nós estamos muito mal no futebol brasileiro e vocês não estão dando ênfase. Estamos formando jogadores para jogar no futebol europeu”, afirmou o técnico depois do empate com o Inter.
O treinador estendeu a crítica à massiva presença de treinadores estrangeiros no Brasil. Hoje, são mais da metade dos técnicos dos clubes da Série A.
“Temos mais de 50% de treinadores estrangeiros, será que cabe tanto europeu aqui no Brasileirão? Não poderíamos ter mais treinadores brasileiros jovens com nossa identidade? Não somos europeus, nossa característica é diferente, estamos querendo transformar o futebol brasileiro em europeu. Como vamos recuperar nossa essência de futebol?”, questionou o treinador, que cobrou, por fim, a presença de mais ex-jogadores nas categorias de base dos clubes.
CONFIRA OUTRAS RESPOSTAS DE LUXEMBURGO:
Durante a entrevista coletiva de imprensa após o jogo contra o Internacional, Luxemburgo ainda lamentou o empate cedido no fim e criticou a arbitragem pelos acréscimos excessivos, segundo ele, no confronto no Beira-Rio. Veja outras respostas do técnico:
Fase de Yuri Alberto após saída de Guedes
Quem fez o gol no jogo passado? Quem sofreu o pênalti hoje? Não dá pra falar que, na saída do Róger, ele não está decidindo. Me permite divergir de você nesse sentido. Não estamos vendo tantos gols [quanto ele poderia], mas não nos últimos jogos.
Preservar o elenco
Apostei na molecada, e ali era importante para ter semanas cheias para preparar o elenco. Você não faz esse trabalho para um jogo só, você pensa na tabela e corre riscos. Fazendo com que os meninos amadurecessem para grandes jogos, porque a sequência é de grandes jogos. E isso foi feito lá atrás.
Importância de pontuar hoje para terça-feira, contra o Newell’s
Sempre falo o seguinte pros jogadores: essa rivalidade Inter e Corinthians se deu uma década atrás. Não tinha antes. Quando você vem trabalhar aqui, essa rivalidade não entra em campo. Não pode perder o juízo pra jogar futebol. O mais importante é o que eu vou produzir. No jogo passado jogamos contra uma equipe de catimba. Vamos lá para a Argentina para jogar futebol. Quem tem que dar essa segurança é a Conmebol, que comanda o campeonato, e não transferir pra nós.
O time pode ser competitivo nas três competições?
Estamos demonstrando isso. Essa desconfiança era de vocês. Hoje temos essa confiança. Se estivéssemos na Libertadores, hoje estaríamos totalmente diferentes na competição. Trocar pneu de carro andando é duro.
GUILHERME PADIN / Folhapress