SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente da varejista Arezzo&Co, Alexandre Birman, disse nesta sexta-feira (15) que a companhia está em um projeto de otimização e presença nas mídias digitais baseado no modelo de empresas de moda chinesas.
“Hoje é um mantra da nossa empresa: não sei se deram um nome para isso, mas a gente tem um projeto que é o projeto Shein. Não tem jeito. A gente tem que fazer esse modelo”, afirmou durante seminário de varejo do grupo de líderes empresariais Lide.
Birman disse que essas empresas trazem um problema de competitividade no país por conta dos impostos menores que recaem sobre elas e devido a questões como a origem das matérias-primas e da mão de obra barata.
Mas, sem entrar em polêmicas, o CEO da Arezzo afirmou que é preciso reconhecer que há dois importantes diferenciais no modelo de negócio das varejistas asiáticas que precisam ser levados como exemplo.
Um deles é a estratégia de operar sem estoque, o que é muito importante para o segmento, disse, já que a moda é volátil e tem mudado com uma velocidade cada vez maior.
O executivo contou que varejistas como a Shein produzem em quantidades muito pequenas. Baseadas na velocidade de giro, elas conseguem ter capacidade de reagir em no máximo três semanas, produzindo até 10 mil unidades. Se o produto esgota, a empresa então para de produzi-lo e já tira ele de linha.
“É um modelo vencedor, sim. A gente tem que reconhecer isso”, afirmou Birman, citando o modelo de negócios dessas companhias que quebra os intermediários.
O segundo diferencial citado por Birman é a forte presença dessas companhias chinesas nas mídias digitais. Segundo ele, a Arezzo tem uma determinação interna de aprender a usar o TikTok para amplificar a marca na internet, algo que eles ainda não conseguiram.
“Não é fácil o TiKTok, ainda não é algo muito trivial a forma de se comunicar e gerar vendas. Para ser sincero, nós ainda não aprendemos”, disse o executivo, frisando que esta é a ferramenta digital que mais converte em vendas, na qual a Shein é uma referência.
“Isso é um exemplo. Então, vamos tirar a parte tributária, a parte de compliance, que, ok, está errado. Porque isso é impossível e a gente não pode conviver (…) Mas ainda assim é um modelo único, inédito e para mim é vencedor”, reafirmou.
STÉFANIE RIGAMONTI / Folhapress