Arsênico é encontrado em sangue de vítimas que comeram bolo em Torres (RS)

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A perícia inicial das análises laboratoriais indicou a presença de arsênio no sangue de uma das vítimas e dos dois sobreviventes que consumiram o bolo em uma confraternização familiar em Torres, no Rio Grande do Sul. A substância é considerada tóxica em pequenas doses.

De acordo com a polícia, foram analisados o sangue da mulher que preparou o bolo, do sobrinho-neto dela, uma criança de 10 anos, e de Neuza Denize Silva dos Anjos, que morreu. Tia e sobrinho permanecem hospitalizados e estão clinicamente estáveis, conforme boletim médico divulgado nesta sexta-feira (27). Os nomes da mulher internada e do sobrinho-neto não foram oficialmente divulgados.

Além de Neuza, outras duas pessoas morreram com poucas horas de diferença. Tatiana Denize Silva dos Santos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, de acordo com o hospital. A causa da morte de Neuza foi registrada como choque pós-intoxicação alimentar.

Segundo a polícia, a mulher que preparou o bolo foi a única da casa que comeu duas fatias, apresentando a maior concentração de veneno no sangue. A polícia investiga as hipóteses de envenenamento ou intoxicação alimentar.

De acordo com o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, onde as vítimas foram atendidas, as cinco pessoas chegaram à unidade por volta de 1h de terça (24). Todas, segundo a equipe médica, apresentavam sintomas como vômito e diarreia intensos.

“Uma das pacientes chegou no hospital já em parada cardiorrespiratória, evoluindo para óbito logo em seguida. Uma segunda paciente chegou em estado grave (choque hipovolêmico), evoluindo rapidamente para parada cardiorrespiratória, sendo constatado o óbito pela equipe médica por volta das 6h”, informou o hospital.

“Diante da situação enfrentada, foram encaminhadas pelo hospital amostras clínicas e toxicológicas dos pacientes ao Centro de Informações Toxicológicas, em Porto Alegre, para análise, permanecendo o hospital à disposição das autoridades para quaisquer outras informações”, acrescentou.

BRUNA FANTTI / Folhapress

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