Artista que construiu Nossa Senhora gigante em Aparecida planeja fazer braços de Deus

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A escultura de 45 metros de Nossa Senhora que foi inaugurada no sábado (7) em Aparecida, no interior de São Paulo, ainda não está finalizada, diz o seu autor, Gilmar Pinna.

Segundo o artista, já foram instaladas as luzes que iluminam a santa, mas a obra ainda vai contar com mais três fases. Até agora, ele afirma ter gasto R$ 10 milhões com a construção da escultura e calcula que até a conclusão deve desembolsar mais R$ 3 milhões.

A estátua foi instalada em um espaço a 3 km da Basílica de Nossa Senhora e pode ser vista a 6 km de distância.

A próxima etapa, diz Gilmar, será a inclusão de um mapa do Brasil de 70 toneladas e a construção de duas vigas de 20 metros de altura. A terceira fase conta com os braços de Deus que vão segurar o mapa do Brasil. Já a última fase conta com a construção de banheiros e bancos para os visitantes.

O medo de Pinna é que a praça passe a cobrar uma taxa de turistas. “As pessoas que visitam Aparecida tem que ter um agrado”, diz ele, afirma estar ficou orgulhoso com o resultado até agora. “Está muito bonita e aconchegante. Subiram muitas pessoas, as pessoas estão gostando.”

Ele calcula que a finalização deve acontecer em até um ano e meio. Pinna calcula que desembolsou 75% do valor total da obra, com o restante bancado por amigos. Agora, estuda como conseguir a verba restante.

“Tô um pouquinho quebrado, preciso levantar um dinheiro, vender um dos carros que tenho, outras coisas e voltar a trabalhar aqui. Tô na luta”, diz ele.

A imagem religiosa começou a ser construída em 2017, mas estava barrada desde 2019 pela Justiça, após a Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) ingressar com uma ação questionando o uso de recursos públicos na obra e a suposta doação de áreas do município para a construção de monumentos religiosos.

No ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou a construção da estátua de Nossa Senhora, pondo fim ao impasse.

Pinna ficou chateado com o impasse. “A obra ficou anos parada, roubaram toneladas de aço e eu tive que arrumar tudo de novo”, diz.

“Foi uma intolerância religiosa dos ateus e agnósticos, mas eu entendo e tenho que perdoar. Tenho que entender que eles tinham o direito deles. Hoje, se eles quiserem me procurar, vou ser amigo deles. Da minha parte, não tem intolerância. Se me criticarem, vou ser amigo também”, diz Pinna.

O artista diz que, hoje, se sente emocionado com o resultado da obra. “Estou fazendo a mãe do cara mais importante da humanidade, o ícone, o cara que mais falou de amor. Ele só falou de amor e é um exemplo muito grande.”

ISABELLA MENON / Folhapress

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