SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As propostas de Trump que podem virar do avesso a economia dos Estados Unidos, o efeito da IA na satisfação dos profissionais e outros destaques do mercado nesta quinta-feira (26).
**EUA DE CABEÇA PARA BAIXO?**
O ex-presidente americano Donald Trump, que concorre mais uma vez à Casa Branca, deu detalhes, nas últimas semanas, sobre seus planos para a economia do país.
Em comício no Arizona, o republicano prometeu acabar com o “caos e a miséria” que, segundo ele, os americanos estariam vivendo sob o governo do democrata Joe Biden.
A inflação nos EUA acumula 19% no anos de Biden, principal crítica dos republicanos.
Trump concorrerá em 5 de novembro contra a atual vice-presidente Kamala Harris.
DOBROU A APOSTA
Na vitória contra Hillary Clinton em 2016, Trump recebeu apoio de eleitores de estados que sofreram perdas de fábricas devido ao impacto da globalização e ao crescimento da China.
Na campanha deste ano, ele apresenta o mesmo projeto: proteger a indústria contra produtos importados e reduzir impostos para fazer a economia crescer.
PORÉM…
Uma análise do Financial Times aponta que o plano é agora mais populista. Ele inclui:
Tarifas mais agressivas sobre importações de todo o mundo, especialmente da China, além de uma repressão intensa à imigração.
Maior influência política sobre o banco central e o preço do dólar.
“Entregaremos baixos impostos, baixa regulamentação, baixos custos de energia, baixas taxas de juros e baixa inflação […] Para que todos possam pagar por mantimentos, um carro e uma bela casa”, disse Trump no começo do mês.
SIM, MAS…
Economistas apontam problemas no plano. O aumento de tarifas contra produtos estrangeiros não compensaria o impacto dos cortes de impostos propostos.
Isso manteria as contas públicas do país no vermelho, até piorando a situação fiscal.
Economistas de diferentes vertentes concordam que a agenda representa uma extensão muito mais radical das políticas introduzidas durante seu mandato, como as tarifas sobre produtos chineses, muitas das quais foram mantidas por Biden.
A análise do Financial Times também afirma que, caso Trump ganhe a eleição e implemente seus planos, eles remodelariam fundamentalmente a economia americana.
ENTENDA
No modelo econômico adotado pelas economias avançadas hoje, a receita dos países vem principalmente da renda das pessoas e do lucro das empresas.
Trump coloca o foco nas tarifas sobre o comércio, tanto na importação quanto na exportação, como acontecia no século XIX.
**MAIS IA, MAIS SATISFAÇÃO**
Funcionários que usam aplicativos de inteligência artificial no trabalho estão mais satisfeitos com seus empregos do que os que não usam.
Essa relação foi verificada pela pesquisa HP Work Relationship Index (WRI) 2024, com 15,6 mil profissionais qualificados ao redor do mundo.
Apenas 28% dos trabalhadores possuem uma relação saudável com seus empregos. No Brasil, o percentual é de 29%, ligeiramente maior.
A proporção sobe para 39% entre quem usa inteligência artificial.
IA PARA QUÊ?
A maioria dos profissionais afirmou que usa a tecnologia para aumentar a produtividade, sendo as funções mais citadas tradução de idiomas e pesquisas.
A tecnologia auxilia na adaptação da rotina e dos processos, o que explicaria o aumento na satisfação.
SEM MEDO DE SER SUBSTITUÍDO
Os trabalhadores que temem serem substituídos pela inteligência artificial são 37%. Em geral, as profissões mais bem pagas são as mais expostas à IA.
Há movimentos que defendem que a ampliação do uso da IA pode até aumentar o número de empregos, visto que gera ganhos de produtividade e crescimento econômico.
Estimativas do FMI veem uma contribuição positiva da nova tecnologia para 60% das profissões, enquanto 40% devem ser afetadas negativamente.
PELO MUNDO
A pesquisa considerou o propósito, o uso de habilidades pessoais e a qualidade do ambiente de trabalho para estimar a satisfação dos profissionais em diferentes países.
Os países com os melhores índices de satisfação neste ano foram Índia (46%), Indonésia (44%) e Estados Unidos (34%).
OS AJUSTES
A conclusão do relatório é que as dinâmicas de trabalho atuais não estão funcionando.
Para mudar essa realidade, seria necessário transformações, como construir ambientes de trabalho, funções e carreiras mais personalizadas.
**FINANCIAMENTO MAIS CARO**
As taxas de juros para financiar a casa própria podem aumentar nos próximos meses. Essa é a avaliação de especialistas do setor de incorporadoras imobiliárias.
ENTENDA
O motivo principal é a redução no saldo da caderneta de poupança. São 245 milhões de contas, que somam hoje R$ 966 bilhões.
A poupança e o FGTS são os principais fundos que financiam o mercado imobiliário brasileiro. Isso ajuda a garantir dinheiro para as construções.
O crédito imobiliário no Brasil tem historicamente uma taxa de 1,5 ponto percentual inferior à taxa básica de juros porque tem acesso a esses valores.
SIM, MAS…
O ciclo de alta da Selic, iniciado pelo Banco Central na última semana, está reduzindo o saldo bilionário.
A taxa acima de dois dígitos leva investidores a preferir outras aplicações. Assim, o volume de recursos na Caderneta de Poupança não está acompanhando as venda de imóveis.
O Banco Central elevou os juros de 10,50% para 10,75% na última reunião.
No radar de Brasília. O governo federal estuda medidas para estimular o crédito para os financiamentos em meio a esse cenário.
Uma delas, que tende a facilitar o setor de médio e alto padrão (imóveis acima de R$ 350 mil), é o fim do saque-aniversário do FGTS, que está diminuindo os recursos no Fundo.
O projeto de lei deve ir ao Congresso Nacional ainda neste ano.
**STARTUP DA SEMANA: BHUB**
A startup: especializada em oferecer serviços de backoffice (processos administrativos sem relação com o cliente) para pequenas e médias empresas, a BHub acabou de reforçar seu caixa com uma rodada liderada pelo IFC, divisão de investimentos do Banco Mundial.
Em números: R$ 74 milhões captados, levando a soma dos aportes feitos na empresa desde a fundação a R$ 250 milhões.
Quem investiu: a rodada feita pelo Banco Mundial contou com a participação dos fundos de capital de risco Valor Capital, Monashees e Latitud.
Que problema resolve: assume as funções administrativas e burocráticas de pequenas e médias empresas, permitindo que elas foquem sua atenção nos bens e serviços que oferecem e aumentem a produtividade.
Por que é destaque: a startup facilita a gestão tributária nas empresas brasileiras, considerada um dos gargalos que reduzem a produtividade no país.
O complexo sistema de impostos, em vigor até que a reforma tributária seja completamente implantada em 2032, exige equipes dedicadas para lidar com a burocracia.
O aporte de R$ 74 milhões será usado para desenvolver tecnologias e produtos, incluindo a expansão da equipe especializada em inteligência artificial.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
MERCADO
Seca suspende transporte de grãos no rio Madeira e afeta Tapajós; medida eleva custos na exportação. Autoridades avaliam que problema só não é maior porque Brasil já exportou a maior parte dos grãos previstos para 2024.
GOVERNO LULA
‘Não precisa ouvir só a Faria Lima’, diz Lula a agências de risco. Presidente recebeu, pela primeira vez, S&P, Fitch e Moody’s em Nova York.
SABESP
Sabesp elege Carlos Piani como novo CEO e oficializa fim da gestão estatal; Eleito de forma unânime, executivo ex-Equatorial vai substituir Andre Salcedo a partir de 1º de outubro.
BETS NO BRASIL
Bets devem antecipar para outubro o bloqueio de cartões de crédito. Uso do método de pagamento nesses sites será proibido em janeiro, segundo portaria do governo.
VICTOR SENA / Folhapress