SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Assembleia de Rondônia concedeu o título de cidadão honorário ao primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta segunda-feira (16).
No decreto, a concessão do título é justificada “pelos relevantes serviços [de Netanyahu ] prestados ao Estado de Rondônia”. Ele jamais esteve no estado. Na única vez em que visitou o Brasil, para a posse de Jair Bolsonaro (PL), chegou ao Rio nos últimos dias de 2018, foi a Brasília para a cerimônia do dia 1º de janeiro de 2019 e voltou a Israel em seguida. Esta foi também a única visita de um chefe de governo israelense ao país.
O projeto que motivou a concessão do título é de autoria do deputado estadual Delegado Lucas (PP).
No pedido, o político cita Netanyahu como “amigo da comunidade Evangélica Brasileira” e afirma que o primeiro-ministro busca promover o intercâmbio entre Brasil e Israel.
O texto do projeto ainda afirma que os deputados aguardam “ansiosos” a visita do primeiro-ministro ao estado.
Rondônia é conhecida pela base bolsonarista. No segundo turno das últimas eleições presidenciais, 70,66% dos eleitores votaram em Jair Bolsonaro (PL), a segundo maior votação entre os estados, só atrás de Roraima, onde o ex-presidente teve 76,08% dos votos. Em todo o Brasil, Bolsonaro recebeu 49, 10% dos votos.
Citada no pedido de concessão do título, a comunidade evangélica tem apoiado Israel durante o conflito com os palestinos, com o desagravo da bancada no Congresso.
“O governo brasileiro deve condenar sem restrições esses ataques”, afirmou a Frente Parlamentar Evangélica, “inclusive reconhecendo o direito legítimo de Israel à autodefesa”.
Segundo a assessoria do Delegado Lucas, o político é católico.
Enquanto é condecorado em Rondônia, Netanyahu tem sido bastante contestado em Israel. Seu governo foi criticado pelo fato de o aparato de inteligência não ter conseguido impedir a incursão dos terroristas do Hamas e os consequentes ataques. Agora, a reação militar de Tel Aviv é considerada excessiva por parte da opinião pública local. Depois de 11 dias de guerra, há ao menos 4.200 mortos, 2.800 deles palestinos da Faixa de Gaza.
ANA GABRIELA OLIVEIRA LIMA / Folhapress