Assessor de Marçal é detido após dar soco em marqueteiro de Nunes, e candidatos repudiam violência

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os candidatos lamentaram nesta segunda-feira (23) a agressão ao marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB) cometida por um assessor de Pablo Marçal (PRTB), ao fim do debate do Flow.

O influenciador foi expulso do evento nos minutos finais e, em seguida, houve a agressão ao marqueteiro de Nunes, Duda Lima, que saiu sangrando.

A agressão partiu de Nahuel Medina, assessor que grava vídeos para Marçal. Ele foi detido pela Polícia Militar na condição de averiguado, já que os agentes não presenciaram o ocorrido. O influenciador disse que Medina reagiu após ter sido agredido antes.

O assessor foi detido para averiguação, segundo policiais, e aguardava para prestar depoimento durante a madrugada. A expectativa da campanha de Marçal é que ele seja liberado em seguida. A defesa de Medina disse que ele estava no distrito policial por espontânea vontade -policiais disseram à Folha, porém, que ainda não havia autorização para ele sair do local.

No pós-debate, Tabata Amaral (PSB), Marina Helena (Novo) e Guilherme Boulos (PSOL) e José Luiz Datena (PSDB), além do mediador Carlos Tramontina, criticaram o episódio.

Ricardo Nunes e a primeira-dama, Regina Carnovale, foram até o 16º DP da capital após o ocorrido para prestar solidariedade a Duda Lima. O marqueteiro se sentiu mal antes de prestar depoimento e foi orientado a ir para o hospital, acompanhado de Nunes e da esposa. “Ele estava parado e recebeu um soco do nada, de uma forma agressiva, covarde”, afirmou o prefeito.

Duda deixou a delegacia por volta das 3h40. De acordo com integrantes da campanha, foi solicitada medida protetiva contra Medina.

Tabata afirmou que Marçal incitou violência mais uma vez e que faz isso por não ter nada a dizer sobre a cidade.

“Fica claro que quando Marçal não tá dando espetáculo, showzinho de merda dele, para aparecer e ganhar dinheiro, ele não tem nada a dizer. […]”, afirmou a deputada federal. “Aí, frustrado que não consegue dar o showzinho dele, acontece essa merda que aconteceu […] Pablo Marçal incita a violência desde o dia 0.”

Marina Helena, por sua vez, ressaltou que autor de soco deveria ser preso. “A gente vê o assessor do Nunes saindo daqui ensanguentado. A pessoa de maior bom senso aqui foi um cidadão comum que deu voz de prisão ao agressor, o que, aliás, deveria ter acontecido na situação da cadeira no outro debate”, disse.

Já Boulos disse ser inaceitável a agressão e chamou Marçal de “boi de piranha” do atual prefeito. “Sabe aquele boi que passa primeiro, antes da boiada passar, para as piranhas pegaram, para chamar atenção, e depois a boiada passa?”, disse. “É assim que o Marçal está funcionando.”

Ele elogiou o formato do debate -“forçou a debater proposta”, afirmou- e disse que Marçal aproveitou o final do evento “para esculhambar”.

Datena chamou o episódio de agressão de lamentável e alegou que as provocações à democracia “estão deixando o ambiente muito tóxico e lamentável”.

O tucano, que jogou uma cadeira em Pablo Marçal no encontro do último dia 15, afirmou que, talvez, “agora as pessoas entendam a minha reação a um ataque”.

Datena afirma que espera só espera que o nível dessas eleições termine bem. “O elemento provocador disso tudo vocês já sabem quem é”, disse ele.

Na saída do debate, o mediador Carlos Tramontina lamentou o soco e disse que apenas tentou fazer com que Marçal seguisse as regras. Ele também se defendeu da acusação do influenciador de que não teria tido o mesmo rigor quando Datena quebrou as regras, dizendo que o tucano mudou de assunto após a advertência, ao contrário de Marçal.

Em um formato sem perguntas entre os concorrentes e promovido pelo Flow em parceria com o Nexo Governamental XI de Agosto, projeto da Faculdade de Direito da USP, o evento foi o primeiro do tipo realizado por um podcast.

Marçal disse haver um problema de civilidade nos debates e que há gente agredindo para todo lado. “Nós vamos entrar numa guerra e se não tiver revolta do povo não vai ter como resolver isso nessa cidade”, afirmou.

“Não dá pra lidar de outro jeito com esses bandidos”, afirmou. O influenciador voltou a falar que existe um consórcio comunista, que não é a favor de violência e que tentaram interrompê-lo durante sua fala final -na realidade, ele infringiu as regras, foi advertido e depois expulso.

O influenciador foi excluído do debate após levar três advertências durante as suas considerações finais. Ele afirmou que o prefeito seria preso pela Polícia Federal por seu envolvimento na chamada máfia das creches.

CAROLINA LINHARES, ISABELLA MENON E JOELMIR TAVARES / Folhapress

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