Associação de Lojistas do Brás estima prejuízo de até R$ 30 milhões com incêndio

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O comércio de rua do Brás, na região central de São Paulo, estima que o prejuízo causado pelo incêndio que atingiu o Shopping 25 Brás na manhã desta quarta-feira (30) possa chegar a R$ 30 milhões.

O cálculo diz respeito às lojas que ficaram fechadas nos quarteirões que foram bloqueados para o trabalho dos bombeiros, bem como à movimentação menor de clientes que deixaram de ir ao bairro quando souberam do incêndio.

“Os lojistas de rua tiveram prejuízo da falta de movimento. Se pegar hoje [quarta] e amanhã [quinta], são de R$ 25 a R$ 30 milhões que deixaram de ser movimentados, que deixaram de entrar para os lojistas aqui do bairro”, disse Fauze Yunes, presidente da Alobrás (Associação Lojistas do Brás).

“O Brás movimenta muito dinheiro diariamente. No ano, chega a cerca de R$ 26 bilhões”, afirmou Yunes.

A estimativa de prejuízo não leva em conta as lojas que ficam no Shopping 25 Brás, que não faz parte da Alobrás.

Após mais de seis horas de fogo, o Corpo de Bombeiros conseguiu controlar as chamas que consumiam o centro comercial.

Segundo o capitão Maycon Cristo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, o incêndio no prédio -que tem uma área de 18 mil metros quadrados- foi controlado por volta das 12h50. A corporação foi chamada às 6h30, mas as chamas se alastraram rapidamente e o teto desabou por volta das 8h.

“Está controlado o incêndio. Isso significa que não há mais risco de o fogo se propagar para os prédios vizinhos, mas ainda há muito fogo e muito material para queimar dentro do prédio”, afirmou o porta-voz.

As causas do incêndio ainda são desconhecidas e serão apuradas após o controle das chamas. Na tarde desta quarta, a promotoria de São Paulo instaurou um inquérito civil para investigar o imóvel, averiguar se ele estava apto para funcionar e se possuía equipamentos necessários para combater o fogo.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que sua gestão deve fazer uma força-tarefa para avaliar a situação dos imóveis na região.

“Eu pedi para a minha equipe fazer ali uma força-tarefa, constituir um grupo para fazer uma análise em todos aqueles prédios”, disse após o incêndio, admitindo a possibilidade de interditar imóveis considerados em situação de risco ou abandono.

“Com essas análises, a minha equipe, junto ao Corpo de Bombeiros, pode orientar as pessoas, interditar aqueles prédios que possam vir a gerar algum risco de incêndio ou de algo que não seja seguro”, afirmou o prefeito.

Segundo a Prefeitura, o certificado de segurança do Shopping 25, emitido pelo Contru, foi aprovado em 2022 e é válido até 2027. Já o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) está vencido desde agosto deste ano, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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