SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O grupo extremista Hezbollah, aliado do Hamas, disse nesta terça-feira (11) que um de seus comandantes seniores foi morto em um ataque aéreo no Líbano. Segundo autoridades de segurança disseram à agência de notícias Reuters, trata-se do militar com a mais alta patente na facção atingido nos últimos oito meses.
Líderes do Hezbollah identificaram o comandante morto como Taleb Abdallah. De acordo com o jornal The Times of Israel, ele seria responsável por uma divisão da facção que atua no sul do Líbano.
Abdallah foi morto na cidade de Aadachit. O Hezbollah atribuiu o bombardeio a Israel, que não se manifestou. Além do comandante, pelo menos outras três pessoas teriam sido mortas na ofensiva.
A escalada das tensões no Oriente Médio chegou a um novo patamar no começo do mês depois que foguetes disparados do Líbano contra Israel provocaram um incêndio que se alastrou por 15 quilômetros quadrados, obrigando Tel Aviv a ordenar a retirada de milhares de moradores de cidades na fronteira norte. Cerca de 70 mil pessoas tiveram de deixar suas casas, fugindo dos ataques.
Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse durante visita à região atacada que Israel estava preparado “para uma ação muito poderosa no norte”. No mesmo dia, o governo anunciou a decisão de convocar mais 350 mil reservistas.
A tensão no Líbano havia se agravado com outros dois episódios recentes. No último dia (4), as forças israelenses disseram ter matado um comandante do Hezbollah numa operação na cidade libanesa de Naqoura. Quatro dias antes desse ataque, um outro bombardeio –também atribuído pelo Hezbollah a Israel– atingiu a casa na qual a brasileira Fatima Boustani, 30, vivia com os filhos em Saddikine, a cerca de 5 km da fronteira com Israel. Uma filha de 10 anos e um filho de 9 também ficaram feridos.
Boustani foi internada em estado grave, mas teve evolução clínica e pôde ser transferida para um hospital na capital do país, Beirute, segundo um tio dela.
De acordo com militares israelenses, cerca de 300 integrantes do Hezbollah, incluindo comandantes e outros agentes de alto escalão, foram mortos em ataques ao Líbano desde outubro, quando a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza começou. Ao menos cem dos militares teriam sido localizados após a coleta de informações de “inteligência precisa e de alta qualidade”, de acordo com Tel Aviv.
Redação / Folhapress