SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Bombardeios atribuídos a Israel na cidade histórica de Palmira, no centro da Síria, nesta quarta-feira (20), deixaram ao menos 71 mortos, segundo a contagem mais atualizada do OSDH (Observatório Sírio para os Direitos Humanos), organização com sede no Reino Unido.
O país é alvo de ataques de Tel Aviv ao menos desde 2011, mas as ofensivas cresceram após 7 de outubro de 2023, quando o grupo palestino Hamas lançou o ataque terrorista no sul de Israel que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza.
Os ataques desta quarta atingiram uma reunião de comandantes de grupos pró-Irã, segundo o observatório. As vítimas incluiriam 45 sírios e 26 estrangeiros a maioria iraquianos do Al Nujaba, mas também quatro membros do grupo libanês Hezbollah.
De acordo com o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, os ataques são “os mais letais contra grupos pró-Irã na Síria desde o início da guerra” civil no país, em 2011. Um dos bombardeios atingiu um depósito de armas perto de uma zona industrial, segundo o Observatório.
Palmira, reconhecida como Patrimônio Mundial da Unesco, abriga templos greco-romanos milenares e ficou sob controle de terroristas do Estado Islâmico no auge do conflito civil sírio, em 2015. Após ser tomada pelos extremistas, a cidade foi saqueada e parcialmente destruída antes de ser retomada pelo Exército sírio, em uma das maiores catástrofes infligidas ao patrimônio do país.
A Síria é só um dos palcos da guerra que se desenrola no Oriente Médio.
Enquanto isso, no norte de Gaza, dezenas de pessoas foram mortas por bombardeios israelenses durante a noite, segundo autoridades locais e fontes médicas. A região está destruída após mais de um ano de guerra, e os poucos hospitais que não colapsaram enfrentam dificuldades para continuar funcionando devido à falta de mantimentos, de acordo com organizações que atuam no local.
Segundo a Defesa Civil da Faixa de Gaza, território regido pelo Hamas, 22 pessoas morreram durante a noite em um bombardeio israelense. Um segundo ataque, por volta da meia-noite, na área de Beit Lahia e Jabalia, matou dezenas de pessoas, segundo médicos locais. De acordo com moradores, o bombardeio atingiu uma área a quase cem metros do hospital Kamal Adwan, no limite entre as duas cidades.
“Há dezenas de mortos e desaparecidos sob os escombros”, disse à agência de notícias AFP Hosam Abu Safiyeh, diretor do centro de saúde, um dos poucos que permanecem operacionais no norte de Gaza, de forma muito parcial.
Questionado pela AFP sobre os dois bombardeios, o Exército israelense não comentou.
No Líbano, outra frente da guerra na região, ataques israelenses já deixaram 3.558 mortos e 15.123 feridos desde outubro do ano passado, de acordo com o Ministério da Saúde do país. Tel Aviv e Hezbollah trocam ataques na fronteira entre os dois países desde o início da guerra em Gaza.
Um israelense de 30 anos morreu nesta quinta por estilhaços de foguete em Nahariya, no norte do país. Cerca de dez foguetes foram lançados do Líbano, com a maioria interceptada, mas três atingiram a cidade, segundo o Exército israelense e o Canal 12.
Sirenes soaram em várias localidades do norte de Israel durante a manhã, mas não estava claro imediatamente quantos mísseis foram lançados do Líbano.
As ofensivas desta quinta ocorreram enquanto o enviado dos Estados Unidos, Amos Hochstein, que está tentando intermediar um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hezbollah, deveria se encontrar com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, para discutir o resultado de suas últimas conversas em Beirute.
Redação / Folhapress