Ataque de Israel no Líbano mata comandante de grupo de elite do Hezbollah

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um ataque de Israel no sul do Líbano matou nesta segunda-feira (8) um comandante sênior do Hezbollah, grupo extremista islâmico patrocinado pelo Irã e que apoia o Hamas. A morte amplia os temores de que a guerra na Faixa de Gaza se estenda para outros locais da região.

Líderes do Hezbollah identificaram o combatente morto como Wissam al-Tawil, um dos chefes da força de elite do Radwan —grupo que, segundo Tel Aviv, quer invadir a fronteira norte de Israel.

Eles disseram que al-Tawil e outro combatente foram mortos após um bombardeio atingir o carro em que estavam na região de Majdal Selm, no sul do Líbano e a cerca de 15 quilômetros da fronteira com Israel. Tel Aviv não comentou imediatamente o bombardeio.

Ataques israelenses já mataram mais de 130 combatentes do Hezbollah em território libanês desde o começo da guerra contra o Hamas, em 7 de outubro —o grupo prometeu apoio à facção palestina, que também é apoiada pelo Irã. Outros 19 foram mortos na Síria.

Nas últimas semanas, líderes israelenses têm repetido que existem apenas duas opções para apaziguar o conflito com o Hezbollah: uma solução diplomática para afastar o grupo Radwan da fronteira ou uma grande ofensiva militar para alcançar o mesmo objetivo.

A milícia libanesa não é a única a apoiar o lado palestino na guerra —em solidariedade ao Hamas, a milícia houthi apoiada pelo Irã no Iêmen já atacou navios no Mar Vermelho e lançou mísseis contra Israel. Os Estados Unidos, por sua vez, atacaram alvos no Iraque.

Na semana passada, Israel matou Saleh al-Arouri, o número dois da ala política do Hamas, em um ataque com drone no sul de Beirute, território controlado pelo Hezbollah. O grupo xiita jurou vingança, e o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou que Tel Aviv tentava arrastar o Líbano para a guerra contra os palestinos.

Al-Arouri foi apenas um dos mortos da última semana —no domingo (7), o Exército de Israel disse que havia matado pelo menos sete membros do grupos em ataques que tinham como objetivo destruir a unidade Radwan.

Na ocasião, o chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, o tenente-general Herzl Halevi, disse Tel Aviv manteria a pressão sobre o Hezbollah e que Israel estava pronto para lutar “outra guerra” caso essas ofensivas falhassem. “Vamos criar uma realidade completamente diferente, ou chegaremos a outra guerra”, disse ele.

O porta-voz do governo de Israel, Eylon Levy, disse a repórteres nesta segunda que o Hezbollah “está arrastando o Líbano para uma guerra totalmente desnecessária”. “Estamos agora em uma encruzilhada”, afirmou. “Ou o Hezbollah recua, com sorte como parte de uma solução diplomática, ou o empurraremos para longe.”

Na véspera, um dos maiores ataques do Hezbollah em meses deixou danos significativos na Unidade de Controle Aéreo Norte no Monte Meron, uma base militar de Israel. A instalação, porém, ainda está operando e foi reforçada, segundo o Exército.

Redação / Folhapress

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