Ataques a usinas do Irã podem ter gerado contaminação localizada, diz órgão

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) afirmou nesta terça-feira (24) que acredita ter ocorrido liberação localizada de elementos radioativos e químicos dentro das instalações nucleares iranianas atacadas pelos EUA e Israel nos últimos dias.

O diretor do órgão, Rafael Grossi, fala em ”contaminação localizada”. A Agência tem monitorado o impacto dos ataques militares nas usinas nucleares de Arak, Isfahan, Fordow e Natanz, com informações fornecidas pela Autoridade Reguladora Nuclear do Irã.

Apesar do possível vazamento radiológico e químico dentro das unidades, não houve aumento nos níveis de radiação fora delas. “Com base nos dados disponíveis, a AIEA pode garantir que não houve impacto radiológico na população e no meio ambiente dos países vizinhos”, declarou.

”Catástrofe radiológica” não ocorreu porque reator de Bushehr não foi atingido. Em Fordow, Natanz e Isfahan, o urânio ainda estava sendo preparado para o reator. Nessa etapa, é pouco radioativo. ”Crucialmente, em termos de segurança nuclear, os reatores de pesquisa e energia do Irã não foram alvos”, falou Grossi.

Agência também identificou impactos adicionais gerados pelo ataque dos EUA no sábado. Em Fordow, estradas de acesso próximas à instalação subterrânea e uma de suas entradas foram atingidas. Em Natanz, dois buracos foram abertos acima das salas subterrâneas que eram usadas para enriquecimento e armazenamento.

Com base em seu conhecimento do conteúdo dessas salas, a AIEA avalia que esse impacto pode ter causado contaminação localizada e riscos químicos. Agência Internacional de Energia Atômica, em comunicado

OFICIALMENTE, IRÃ AINDA NÃO TEM ARMA NUCLEAR

Nos últimos meses, o país acelerou o ritmo de produção de suas reversas para enriquecer urânio a 60% de pureza. O nível é bastante próximo dos 90% necessários para produzir armas nucleares, destacou um relatório confidencial da Agência Internacional de Energia Atômica, consultado pela AFP em março.

O Irã afirma que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos, de uso de energia nuclear. Além disso, alega que estava no meio de uma negociação com os EUA para estabelecer acordos que garantissem o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares quando foi atacada por Israel.

Agência disse não ter provas de que o país estaria construindo uma bomba atômica. Grossi, no entanto, afirmou que não pode garantir ausência de atividades nucleares clandestinas. O Irã, por sua vez, acusou o órgão de agir ”politicamente motivado” e dirigido por potências ocidentais.

Exército de Israel declarou que conseguiu retardar o programa nuclear iraniano com os ataques. O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Eyal Zamir, falou que o desenvolvimento nuclear do país foi adiado, mas não destruído. Por isso, a guerra contra o regime iraniano não acaba com o acordo de Trump que entrou em vigor nesta terça-feira (24), de acordo com o militar.

Redação / Folhapress

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