SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em mais uma jornada de tensão desde o fim da trégua na Faixa de Gaza, o comissário-geral da UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos), Philippe Lazzarini, afirmou nesta quinta-feira (20) que cinco de seus funcionários foram mortos nos últimos dias devido a ataques de Israel.
Também nesta quinta, o grupo terrorista Hamas afirmou ter lançado foguetes na direção de Tel Aviv os projéteis não deixaram vítimas, segundo as forças israelenses.
Em post na rede social X, Lazzarini disse que os mortos “eram professores, médicos e enfermeiros servindo aos mais vulneráveis”. Ele afirmou temer que o pior ainda esteja por vir, à medida que os bombardeios israelenses continuam por terra e mar também há uma invasão terrestre em curso.
As tensas relações entre Israel e a UNRWA são atualmente um dos pontos mais agudos da crise de Tel Aviv com as Nações Unidas. Tel Aviv já acusou a agência da ONU, várias vezes, de ter funcionários envolvidos nos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, que desencadearam a guerra atual.
Em agosto do ano passado, a UNRWA demitiu nove funcionários suspeitos de terem tido algum vínculo com os atos terroristas. A medida, contudo, não arrefeceu as tensões, e críticas mútuas continuaram.
Criada em 1949, a agência emprega milhares de pessoas e providencia serviços de educação, saúde e ajuda humanitária a palestinos em Gaza, na Cisjordânia e em países como Jordânia, Líbano e Síria.
Relatos de ataques contra agentes humanitários têm sido recorrentes. Na quarta-feira (19), o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, já havia condenado ofensivas que atingiram o pessoal da organização depois que um integrante da equipe do Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos morreu quando dois alojamentos em Deir al-Balah, em Gaza, foram atingidos.
Já a Defesa Civil de Gaza, controlada pelo Hamas, anunciou a morte de 504 pessoas desde que Israel retomou os bombardeios mais de 190 das vítimas seriam crianças.
Em resposta ao que chama de “massacres sionistas contra civis”, o braço armado do grupo terrorista palestino afirmou ter lançado foguetes que partiram do sul de Gaza. A Força Aérea de Israel disse ter identificado três projéteis, dos quais um foi interceptado e dois caíram em uma área despovoada, sem causar danos ou vítimas.
Em Jerusalém, milhares de manifestantes voltaram a protestar contra Binyamin Netanyahu nesta quinta. O primeiro-ministro de Israel é acusado de adotar uma guinada antidemocrática e de continuar a guerra contra o Hamas sem levar em consideração os reféns ainda sob poder do grupo terrorista em Gaza.
Na véspera, manifestação semelhante foi a maior dos últimos meses. Os atos são organizados por grupos de oposição ao premiê, que contestam sua decisão de destituir Ronen Bar, o chefe do Shin Bet, serviço de inteligência interno e de segurança.
Protestos diante do Parlamento israelense também contaram com a presença de parentes dos reféns, que criticaram os bombardeios em Gaza, retomados na noite de segunda-feira (17), após uma trégua de quase dois meses.
Além das ações aéreas, Israel disse ter começado nesta quinta uma nova operação terrestre em Rafah, no sul do território palestino. Incursões contra a área no ano passado foram alvos de repúdios feitos pela comunidade internacional, uma vez que a região concentra milhares de pessoas deslocadas no conflito.
Nos Estados Unidos, o maior aliado de Israel, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente Donald Trump “apoia totalmente” a retomada das ações militares de Tek Aviv em Gaza. “O presidente deixou bem claro para o Hamas que, se eles não libertassem os reféns, haveria um inferno a pagar. Infelizmente, o Hamas escolheu brincar com vidas”, disse ela.
Redação / Folhapress