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Atentado com granada mata mais um militar na Rússia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Mais um militar envolvido com ações na Guerra da Ucrânia foi morto de forma violenta na Rússia. O major Zaur Gurtsiev, 34, morreu na explosão de uma granada em Stravopol, no sul do país de Vladimir Putin.

Ele era um dos vice-prefeitos da cidade desde setembro passado, mas sua fama veio do papel de comandante de ataques aéreos durante o cerco de Mariupol, cidade ucraniana tomada pelos russos em 2022.

Sua morte foi captada por câmeras de segurança, e as imagens foram divulgadas por sites ligados às forças de segurança russas, como o Baza.

Nelas é possível ver Gurtsiev se encontrando com um homem de 29 anos que a polícia não identificou pelo nome e, segundos depois, a explosão ao lado deles. Ambos morreram no ataque, que segundo a investigação inicial foi feito com a detonação de uma granada à distância.

As autoridades locais, de forma previsível, apontaram para Kiev. “Todas as pistas estão sendo investigadas, incluindo a possibilidade de um ataque terrorista organizado por nazistas ucranianos”, disse o governador da região de Stravopol, Vladimir Vladimirov.

Não houve reações da Ucrânia. O SBU, o serviço secreto do país, admitiu a participação em alguns dos diversos ataques contra militares e simpatizantes da causa russa na guerra. O mais graduado oficial a ser morto foi um general, explodido por um patinete-bomba em Moscou em dezembro.

Mais recentemente, um líder paramilitar que atuava no leste ucraniano também foi morto com explosivos na capital russa. Em todos esses casos, Kiev acabou assumindo a autoria, o que não ocorreu com o mais recente atentado antes do desta quarta (28) à noite, quando um político ucraniano pró-Rússia foi morto a tiros no exílio em Madri.

O Comitê Investigativo Russo, agência que apura esses episódios, abriu um inquérito por assassinato e tráfico de armas, ressaltando a possibilidade de ato terrorista.

Segundo o site estatal russo Tempo de Heróis, que ajuda a requalificar veteranos de guerra à vida civil, Gurtsiev era responsável por ataques em Mariupol. “Ele implementou as melhores práticas em tecnologia de guiagem de mísseis, com acurácia e eficiência”, diz sua biografia.

O cerco de Mariupol foi um dos mais duros e, certamente, é o mais simbólico da invasão russa de 2022. Cerca de 8.000 pessoas morreram do lado ucraniano, segundo a ONG Human Rights Watch, e o governo russo contou 80% das edificações da cidade destruídas ou bastante afetadas.

Isso tornou a cidade, um estratégico porto no mar de Azov e antigo centro de produção siderúrgica, uma espécie de exemplo de reconstrução do governo Putin. Quando a Folha de S.Paulo a visitou em novembro do ano passado, obras se espalhavam, com bairros inteiros reconstruídos e edifícios mais icônicos sendo restaurados.

A Ucrânia acusa a Rússia de fazer da cidade um parque temático para promover sua guerra, e joga a estatística de vítimas para 25 mil mortos. A história dos primeiros dias do cerco russo foi tema do documentário ucraniano “20 Dias em Mariupol”, ganhador do Oscar da categoria em 2023.

A cidade tem hoje 300 mil habitantes, 200 mil a menos do que antes do conflito, mas boa parte dos moradores é nova, vinda de outras regiões ocupadas pelos russos principalmente.

IGOR GIELOW / Folhapress

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