Ativista climática da periferia do Rio será campeã climática da juventude da COP30

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A ativista climática Marcele Oliveira, 26, foi escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser campeã climática da juventude da COP30 (30ª conferência das Nações Unidas sobre mudança do clima), cúpula que acontece em novembro deste ano em Belém. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (7).

Natural do Realengo, bairro da periferia do Rio de Janeiro, a comunicadora e produtora cultural ingressou no ativismo pelas questões climáticas em 2019. Marcele também tem experiência em COPs desde 2022, no Egito.

A função da representante brasileira será reforçar a participação dos jovens nas políticas climáticas e nos processos de negociação sobre as mudanças do clima, além de amplificar as vozes da juventude na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês). O cargo de jovem campeão climático existe desde a COP28, realizada em Dubai.

“Estou honrada com este papel, de ser a campeã da juventude da COP30, a COP que será no Brasil, na América Latina, que é da amazônia e de todos os nossos biomas”, afirmou Marcele em comunicado.

A seleção foi feita pela Secretaria Nacional de Juventude, órgão da Secretaria-Geral da Presidência da República, em parceria com a presidência da COP30.

Ao todo, 154 jovens se inscreveram para o edital de chamamento -a maioria (62%) mulheres-, e 24 nomes foram encaminhados para a presidência da COP30. A faixa etária dos candidatos variava de 18 a 35 anos.

Em abril deste ano, o empresário Dan Ioschpe foi escolhido pelo presidente Lula para ser o campeão climático de alto nível da COP30, com a missão de fazer a interlocução do evento com o setor privado.

Ioschpe é vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Ele desbancou outros cotados que vinham da área de energia limpa, por exemplo Marina Grossi (presidente da Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e liegada a Neoenergia) e Elbia Gannoum (diretora da Associação Brasileira de Energia Eólica).

Ainda em comunicado, Marcele afirmou que seu objetivo é evitar que os debates climáticos fiquem “apenas dentro das paredes da conferência”.

“Vamos construir junto com a participação das juventudes, crianças e adolescentes a nossa contribuição para a COP30”, disse a ativista.

O ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, afirmou, no anúncio, que a jovem “vai realizar um trabalho intenso para promover a mobilização da juventude nas suas variadas concepções”.

Para a diretora-executiva da COP30, Ana Toni, “a participação ativa de jovens e crianças na COP30 é essencial, já que são os protagonistas das próximas décadas”. “Eles e elas sentirão na pele os impactos da mudança do clima, não importa se serão cientistas, empresários, políticos, professores, artistas, mães ou pais.”

Marcele integra o programa Jovens Negociadores pelo Clima, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Clima do Rio de Janeiro, e participa das cúpulas climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas) há três edições, por meio da Coalizão Clima É de Mudança, da qual é cofundadora, e do PerifaLAB.

De acordo com o edital, cabe à jovem campeã climática, entre outras atividades, participar de eventos oficiais, apresentar propostas e defender contribuições coletivas das juventudes para as questões climáticas. Um dos requisitos de candidatura foi ter participado da COP do ano anterior.

Além dessa iniciativa, a UNFCCC conta com outras estruturas para jovens na cúpula, como a “constituency” de Mulheres, Gênero e Juventude (YOUNGO), a realização das Conferências de Juventude e a criação do Pavilhão de Infância e Juventude nas COPs.

FERNANDO AZEVÊDO / Folhapress

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