SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O comediante mexicano Carlos Villagrán, conhecido por interpretar o Quico no seriado Chaves, colocou o figurino de seu personagem mais famoso para pedir que seus conterrâneos não cruzem a fronteira de forma irregular, em uma campanha da Embaixada dos Estados Unidos no México divulgada no final de setembro.
“Tenho algo muito importante para dizer a vocês! Não cruzem a fronteira aos Estados Unidos, porque pode colocar em perigo seu pai, sua mãe, seu tio, o cachorro, o gato, o periquito. Todos podem estar em perigo. É melhor #CruzarLegal”, afirma ele, usando a hashtag de uma campanha da embaixada.
Em outra peça, Villagrán simula um acidente de trânsito e o posterior resgate. “A gentalha dos coiotes sempre deixa você largado”, afirma o ator, em referência às pessoas que atuam na imigração irregular. “É melhor dizer a eles: saiam, que vocês me deixam loucos!”, emenda o comediante, adaptando o bordão que Quico usava em momentos de irritação.
A mensagem está alinhada aos esforços do governo de Joe Biden de desencorajar a migração ilegal. No início do ano, o democrata propôs uma nova regra que pressupõe inelegíveis para a concessão de asilo pessoas que entrarem de forma irregular nos EUA. A medida tenta reforçar o controle na fronteira com o México e reduzir o aumento de migrantes em situação irregular no país.
A iniciativa, porém, parece não ter conseguido barrar o fluxo migratório ao país norte-americano. Dados divulgados pelo governo dos EUA em setembro mostram que o número de imigrantes detidos na fronteira sudoeste do país ultrapassou 2 milhões em 12 meses pela primeira vez.
Além disso, o número de pessoas que cruzaram desde janeiro o perigoso estreito de Darién, floresta na fronteira entre a Colômbia e o Panamá, passou de 402 mil, segundo o Ministério de Segurança Pública panamenho. O trajeto é comumente usado por pessoas da América do Sul e de outros países que estejam na região para tentar chegar aos EUA.
Em 2021, Villagrán havia voltado a chamar a atenção por registrar uma pré-candidatura para concorrer ao cargo de governador de Querétaro, estado do centro do México onde nasceu. Um mês depois, porém, o ator recuou de sua decisão e não participou das eleições.
Redação / Folhapress