Atual prefeito lidera em Porto Alegre, que vota sob trauma da enchente

PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – Porto Alegre vai às urnas neste domingo (6) ainda sob os impactos da maior enchente de sua história, ocorrida em maio, com pouca empolgação nas ruas e atual prefeito à frente nas pesquisas.

Segundo levantamento da Quaest, divulgado neste sábado (5), Sebastião Melo (MDB) tem 50% dos votos válidos. Maria do Rosário (PT), 26% e Juliana Brizola (PDT), 23%, estão empatadas tecnicamente na segunda colocação.

A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. A Quaest entrevistou 1.002 pessoas de 16 anos ou mais em Porto Alegre, nos dias 4 e 5 de outubro. A pesquisa foi encomendada pela RBS TV, afiliada da TV Globo e foi registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo RS-01213/2024. O nível de confiança é de 95%.

A possibilidade de reeleição de Melo se dá numa cidade em que o pleito não reverbera nas ruas. Os windbanners de candidatos em praças e canteiros são a maior lembrança de que há uma votação prevista para este domingo. Dois dias de chuva na última semana atrapalharam caminhadas planejadas e desestimularam a empolgação na reta final

Os adesivos de “Fora Melo” colados em postes, alguns com a marca de enchente ainda visível, mostram que a eleição será quase um plebiscito sobre as ações do candidato à reeleição Sebastião Melo (MDB) para proteger a cidade.

No último debate, na quinta-feira (3), a deputada federal Maria do Rosário (PT) e a ex-deputada estadual Juliana Brizola (PDT) citaram as falhas no sistema de proteção contra enchentes da capital. Ambas acusam Melo de não ter investido o suficiente em prevenção ao longo do mandato.

O prefeito defendeu o trabalho de sua gestão e rebateu as críticas: disse que a ajuda do governo Lula (PT) é insuficiente e demora a chegar e cobrou o governador Eduardo Leite (PSDB), que apoia Brizola, para iniciar o desassoreamento do lago Guaíba.

O emedebista busca reforçar a imagem de homem do povo e trabalhador, tendo o chapéu de palha como marca registrada.

Sua campanha também insinua que é alvo de elitismo. Em vídeo, Melo disse ter orgulho de ser chamado de “chinelão”, expressão gaúcha para uma pessoa vulgar ou tosca. O apelido é bastante usado por críticos em comentários nas redes sociais.

Maria do Rosário e Juliana Brizola também disputam entre si quem é a alternativa mais viável contra Melo, em um momento em que o voto útil se tornou assunto nas bolhas à esquerda da capital.

A petista espera angariar o eleitorado que votou em Lula em Porto Alegre em 2022, quando Jair Bolsonaro (PL) — que declarou apoio a Melo— por uma margem de sete pontos. O desafio é a alta rejeição.

A candidata é rechaçada pelo eleitorado conservador e teve dificuldade em engajar setores da esquerda da capital, que questionam a falta de renovação de quadros do PT.

Brizola tenta reeditar o cenário estadual em 2022, quando Eduardo Leite chegou ao segundo turno por uma margem de apenas 2.000 votos para o terceiro colocado, Edegar Pretto (PT) e contou com o apoio crítico do PT para reverter o resultado e derrotar o bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL).

A quarta força da campanha é o deputado estadual Felipe Camozzato (Novo), que se alinhou a Melo nos debates promovidos na campanha. Também concorrem Fabiana Sanguiné (PSTU), Carlos Alan (PRTB), Luciano do MLB (UP) e Cesar Pontes (PCO).

CARLOS VILLELA / Folhapress

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