SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma audiência para discutir o projeto do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para implementar escolas cívico-militares em São Paulo na manhã desta terça-feira (14), na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), teve forte embate entre manifestantes contrários e a favor ao modelo
Um manifestante que apoia o projeto foi retirado do plenário a pedido do presidente da Casa, André do Prado (PL). Kleber Ribeiro, que nas redes sociais se apresenta como pré-candidato a vereador em Guarulhos pelo PL, estava com uma camiseta com o rosto do ex-presidente Jair Bolsonaro e fez o gesto de arma em direção à deputadas para intimidá-las.
A polícia legislativa tentou conter Kleber por três vezes, em uma delas, ele abraçou o policial militar e se recusou a sair. Na última vez, um policial o escoltou para fora do plenário.
A deputada da Paula Nunes, da Bancada Feminista do PSOL, relatou que Kleber invadiu o seu gabinete em novembro do ano passado e a ameaçou. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Ribeiro diz que “ocupou o gabinete, já que o pessoal do PSOL gosta de ocupar”. A deputada registrou um boletim de ocorrência na ocasião.
A Folha de S.Paulo tentou contato com o manifestante após ele ser retirado do plenário da Alesp, mas não conseguiu falar com ele até a publicação deste texto.
O governador Tarcísio enviou o projeto que cria as escolas cívico-militares para a Alesp no início de março, com a expectativa de aprová-lo ainda no primeiro semestre deste ano para abrir 50 unidades com o modelo já no próximo ano.
A base do governador está mobilizada para aprovar o projeto ainda nesta terça-feira. Tarcísio elegeu as escolas cívico-militares como uma das principais bandeiras para a área da educação em uma aceno à base bolsonarista.
Apesar de ser uma aposta forte do governo, os secretários de Educação, Renato Feder, e da Segurança Pública, Guilherme Derrite, não compareceram à audiência. A gestão estadual foi representada por Vinicius Neiva, secretário-executivo da Secretaria de Educação.
Tarcísio passou a prometer o modelo para se contrapor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando o governo federal decidiu acabar com o programa nacional de fomento a escolas cívico-militares criado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
ISABELA PALHARES / Folhapress