SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No dia mais quente do ano, a avenida Paulista, o Minhocão e o Vale do Anhangabaú ficaram praticamente vazios durante a tarde deste domingo (24). A cidade de São Paulo registrou 36,5º C.
O dia calorento afugentou os paulistanos desses pontos na região central, onde não há árvores e o excesso de prédios e asfalto aumentam a sensação térmica.
No início da tarde, o Minhocão estava praticamente vazio, com apenas algumas pessoas caminhando ou buscando abrigo nos pontos em que os prédios fazem sombra.
De visita pela primeira vez em São Paulo, Larissa Souza, 23, estranhou a falta de frequentadores no elevado. “Eu só fico mais uns dias na cidade, por isso, resolvi conhecer o Minhocão mesmo com o calor. Sempre vejo fotos cheias de gente, pessoal andando de bicicleta ou com cachorros. Fiquei surpresa”, contou.
“Mas o calor é muito mais forte aqui em cima mesmo. Como não tem árvores e o asfalto emite muito calor, não fica nada agradável”, disse.
Na avenida Paulista, a ciclofaixa que costuma ser concorrida aos domingos, formando congestionamentos de duas rodas, estava tranquila no dia que a cidade apresentou o terceiro recorde consecutivo de calor.
O vendedor de água de coco Guilherme Silva, 19, reclamava de pouco movimento. “A essa hora num domingo eu já tinha vendido os 400 cocos que trago toda semana”, disse ele, por volta das 14h, diante de uma pilha de frutas ainda fechadas.
Ele acredita que o calor afastou os frequentadores que lotam o asfalto da avenida aos finais de semana.
Abrigada debaixo de um guarda-sol, a estudante Laura Seixas, 21, segurava a cachorra no colo. “Ela não está aguentando esse asfalto quente. Vou correr para casa.”
O sol escaldante também deixou o Vale do Anhangabaú deserto neste domingo. Um ou outro skatista se aventurava pelo espaço aberto debaixo do sol.
A sensação de calor podia ter sido amenizada pelos chafarizes instalados no chão do Vale do Anhangabaú, que estavam desligados neste domingo.
Procurada, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) não respondeu ao ser questionada sobre o assunto.
ONDA DE CALOR
Paulistanos têm enfrentado uma série de altas temperaturas nas últimas semanas do inverno, que deu lugar à primavera às 3h50 deste sábado (23). Os dois primeiros meses da estação são marcados por máximas de temperatura em vários locais do país inclusive na capital.
Este inverno foi o mais quente desde 1961 na cidade, segundo o Inmet, com uma média de temperatura de 26° C, contra 25,2° C naquele ano. Três dias mais quentes de 2023 ocorreram no inverno. O primeiro dia da primavera, sábado (23), repetiu o maior número do ano: 34,7º C.
A previsão é que a massa de ar quente e seco deve continuar atuando pelo menos até a próxima quarta-feira (27) e, o calorão, só deve diminuir a partir da quinta-feira (28), com a previsão do retorno das chuvas na forma de pancadas isoladas em São Paulo.
ISABELA PALHARES E MARIANA ZYLBERKAN / Folhapress