SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) anunciou nesta segunda-feira (4) que a Azul voltou a ser associada à entidade, da qual também fazem parte a Latam e a Gol.
A Azul havia deixado a associação em maio de 2019, quando disse preferir representar seus interesses de “forma direta”.
A saída sucedeu uma divergência entre a companhia aérea e suas duas grandes rivais no setor, Latam e Gol, após a crise da Avianca Brasil, que entrou em recuperação judicial em dezembro de 2018. A Justiça de São Paulo decretou a falência da empresa em julho de 2020.
À época, a Azul tinha divulgado um plano para comprar a maior parte dos ativos da Avianca Brasil, mas foi surpreendida semanas depois por anúncios da Latam e da Gol, também interessadas em entrar na disputa.
No comunicado em que anunciou a volta da Azul ao seu quadro de associadas, a Abear disse que o anúncio consolida o trabalho desenvolvido pelo setor para fortalecer e unir as empresas com a perspectiva de implementação de uma agenda de longo prazo.
“O retorno da Azul ao quadro de empresas associadas é uma oportunidade para a construção de uma agenda de longo prazo que contemple medidas estruturantes para melhorar o ambiente de negócios do setor, aumentar a competitividade e democratizar o transporte aéreo no país”, disse Jurema Monteiro, presidente da Abear, em nota.
A entidade foi fundada pela própria Azul e também pelas empresas Latam, Avianca e Gol.
Na semana passada, a Azul anunciou um acordo com credores para um financiamento adicional como parte de uma reestruturação na empresa.
À Folha de S.Paulo, o CEO da companhia, John Rodgerson, disse na semana passada que o financiamento irá fortalecer o caixa da empresa, o que, segundo ele, facilita uma possível fusão com a Gol.
O executivo afirmou que a companhia continua em conversa com a concorrente para uma fusão entre as duas empresas, que, juntas, representaram mais de 60% do mercado aéreo brasileiro em setembro deste ano, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
PAULO RICARDO MARTINS / Folhapress