SANTIAGO, CHILE (UOL/FOLHAPRESS) – Após 12 anos, Rafael Silva, o Baby, volta à competição de judô dos Jogos Pan-Americanos. Longe das duas últimas edições por lesões, o judoca está com sangue nos olhos para lutar pelo ouro em sua categoria acima de 100kg e garantir a medalha inédita em sua vida.
“Estou com boas expectativas. É uma competição que eu quero muito lutar. A última que eu lutei foi em 2011, em Guadalajara, quando conquistei a prata. Então, eu estou com bastante vontade. Quero muito ganhar”, destacou o atleta brasileiro à reportagem. O judô começa no sábado (28) no Pan 2023, mas ele só entra em ação na segunda.
“É uma competição que, infelizmente, tive um insucesso por não estar presente em duas edições. Eu não consegui participar porque eu tinha machucado e aí fiquei fora dos Pans de Toronto, em 2015, e Lima, em 2019”, acrescentou.
Entre os anos que se passaram entre Guadalajara e Santiago, Rafael Baby acumulou novas experiências e grandes conquistas. A última delas foi muito importante e significativa: o judoca conquistou a medalha de bronze no Campeonato Mundial de Doha, em maio, e se tornou o atleta mais velho a conquistar medalha em Mundiais.
“Essa medalha em Doha anima bastante. Eu tinha lutado em quatro Mundiais e não tinha conseguido resultado. Mas continuei no processo, brigando, batalhando, treinando bastante. E aí, quando vem uma medalha importante, dá um gás nessa reta final para as Olimpíadas, faltando menos de um ano”, disse.
“Ao mesmo tempo, valida algumas coisas que você vem treinando, que você vem acreditando. É saber que você pode chegar na reta final, brigar com o líder do ranking mundial, com o cara que já foi campeão no ano anterior”, acrescentou o judoca.
As Olimpíadas são o momento mais esperado para um atleta de alto rendimento. Baby tinha grandes expectativas para conquistar mais uma medalha em Tóquio-2020, mas se lesionou meses antes e não teve um resultado satisfatório. Deixar a competição sem o principal objetivo frustrou Rafael, que chegou a pensar em aposentadoria.
Enquanto refletia, Baby seguiu treinando e entendeu que ainda conseguiria seguir competindo e treinando em alto rendimento. Ele se sentiu bem até que, finalmente, chegou à conquista do bronze no Mundial de Doha, o dia que o fez ter certeza da escolha por não deixar o tatame.
BEATRIZ CESARINI / Folhapress