SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O perfil “low profile” do diretor de futebol Anderson Barros vem contribuindo para o Palmeiras nas negociações.
SIGILO AJUDOU EM NEGOCIAÇÃO
O sigilo nas tratativas foi um dos fatores que convenceram Felipe Anderson a acertar com o clube. O meia-atacante de 31 anos deixou a Europa, mesmo ainda tendo mercado por lá, para fechar com o Alviverde paulista por ter sido convencido pelo projeto palmeirense. Não quis renovar com a Lazio e preteriu ofertas do exterior.
Nenhuma informação “vazou” durante as negociações, e o anúncio da contratação chocou o meio do futebol. Clube e atleta negociaram em dois momentos diferentes nos últimos meses, mas ninguém de fora ficou sabendo até a operação ser concretizada, em abril.
O próprio jogador revelou que se surpreendeu com a discrição palmeirense. Felipe Anderson ressaltou que a relação entre as partes foi de muito respeito e de profissionalismo, e que o silêncio do Palmeiras contribuiu para que ele ficasse animado com a proposta.
“Foram dois momentos a negociação, o primeiro momento não chegamos a uma conclusão, e mesmo assim não vazou nada. E isso também foi surpreendente para a gente, existem muitas coisas que não são verdades e saem, e também as coisas que são verdades e saem. Então, não ter vazado nada foi uma coisa também que nos chamou muita atenção.
“Mas, desde o 1º contato, mesmo que não tivesse dado certo, nossa relação ia continuar porque foi uma relação de respeito e profissionalismo muito grande. Isso contribuiu, sim, para que déssemos sequência na negociação junto ao Palmeiras e com a vontade muito grande de vir”, disse o jogador.
SILÊNCIO E TRABALHO
Anderson Barros não possui redes sociais nem usa o WhatsApp. O diretor negocia apenas por ligação e não tem presença nas plataformas digitais. É discreto e adepto do “trabalho em silêncio”.
Felipe Anderson não foi o primeiro reforço que veio sem alarde durante a era Barros. No final do ano passado, o Palmeiras também surpreendeu ao anunciar a chegada de Bruno Rodrigues, então destaque do Cruzeiro. Além dele, o atacante Merentiel e o zagueiro Murilo chegaram “do nada”, em 2022.
O Palmeiras, inclusive, está em sua temporada com mais contratações desde que o diretor assumiu o cargo, no final de 2019. São oito até o momento: os laterais Agustín Giay e Caio Paulista; o volante Aníbal Moreno; os meias Felipe Anderson, Maurício e Rômulo; e os atacantes Bruno Rodrigues e Lázaro.
Barros vive certa calmaria após ter desagradado parte da torcida nos últimos anos. Palmeirenses cobravam o diretor por mais reforços e agilidade no mercado. Ele era um dos maiores alvos da insatisfação nas arquibancadas durante as fases turbulentas.
Ele foi bancado por Leila Pereira, e o Palmeiras vem colhendo os frutos da atuação do profissional. Envolvido também na vinda de Abel Ferreira ao Palmeiras, Barros tem amplo respaldo interno e também reconhecimento externo. Junto do técnico português, ele foi premiado na última edição do Conafut, vencendo a categoria Executivo de Futebol do ano.
ANDRÉ MARTINS E FLAVIO LATIF / Folhapress