BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, confirmou a presença em ato de 8 de janeiro, que o governo fará para marcar o aniversário de um ano dos ataques golpistas às sedes dos três Poderes em Brasília.
O magistrado disse a Lula (PT) que estará no evento durante um jantar oferecido ao mandatário e demais ministros do STF na sua residência, na noite de terça-feira (19).
O ato para marcar o aniversário de um ano dos ataques de bolsonaristas em 8 de janeiro estava sendo organizado pelo ministro Flávio Dino (Justiça), mas ainda não há detalhes sobre como será.
O presidente Lula, em reunião com governadores no último dia 12, convidou-os para participar do evento também. “Estou convidando todos os governadores, porque dia 8 de janeiro vamos fazer um ato aqui em Brasília para lembrar o povo que tentou se dar um golpe dia 8 de janeiro, e ele foi debelado pela democracia desse país”, afirmou, na ocasião.
O jantar na casa de Barroso contou com a presença de 8 dos atuais 10 ministros, além de Flávio Dino, já aprovado pelo Senado para ocupar a vaga de Rosa Weber na corte, e Jorge Messias (AGU).
A posse de Dino no STF ocorrerá na segunda quinzena de fevereiro, provavelmente no dia 22.
Além de Barroso, estiveram no jantar com Lula os ministros Edson Fachin, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Kassio Nunes Marques e Cristiano Zanin. Os ministros André Mendonça e Cármen Lúcia não compareceram por estarem em São Paulo e Belo Horizonte, respectivamente.
Além da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, esposas de cinco ministros também acompanharam o encontro.
De acordo com o presidente do STF, Lula solicitou que ele organizasse o encontro quando estiveram juntos em reunião no Palácio do Planalto sobre a presidência do Brasil no G20.
“O presidente do STF mantém relação amigável com o presidente da República, embora atue com independência em relação ao governo. Durante o encontro, o ministro Barroso confirmou a Lula que estará em Brasília para participar de atos referentes ao 8 de janeiro”, diz nota do Supremo.
Ao ser questionado por jornalistas sobre assuntos que seriam discutidos ao chegar na sua casa, no Lago Sul, Barroso respondeu: “É apenas uma conversa institucional, de cortesia”.
No STF são julgados processos de interesse do governo federal, a exemplo da ação que questiona os dispositivos da Lei das Estatais que restringem a indicação de políticos para cargos em conselhos e diretorias de empresas públicas. No início do mês, Kassio paralisou o julgamento por meio de um pedido de vista (mais tempo para análise).
Também tramita no STF inquérito contra o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), que pode ficar sob relatoria de Dino caso ele não se declare impedido. Moraes também conduz inquéritos que investigam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), adversário político de Lula.
MARIANNA HOLANDA / Folhapress