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Base aérea dos EUA atacada pelo Irã no Qatar tinha localização secreta até 2013

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Como retaliação pelo ataque sem precedentes realizado pelos Estados Unidos contra suas instalações nucleares, o Irã atacou nesta segunda-feira (23) a base aérea de Al-Udeid, no Qatar, a maior base americana no Oriente Médio.

O aeródromo abriga cerca de 10 mil militares americanos e quase cem aviões de guerra do país e também é utilizado pela Força Aérea do Qatar e pela RAF (Royal Air Force), do Reino Unido. As Forças Armadas americanas consideram Al-Udeid uma parte essencial da estratégia e capacidade militar dos EUA no Oriente Médio.

A base também funciona como posto avançado do Comando Central dos EUA, um de onze comandos conjuntos de diferentes braços das Forças Armadas americanas. O Comando Central é responsável por operações no Oriente Médio e é um dos mais importantes —especialistas militares críticos do envolvimento dos EUA na região apontam, inclusive, que o Comando Central monopoliza recursos que seriam melhor empregados no Comando do Indo-Pacífico em operações contra a China.

Inaugurada em 1996 após a Guerra do Golfo, em um momento de crescimento da presença militar americana no Oriente Médio, Al-Udeid foi extensamente utilizada por Washington depois do 11 de setembro, nas guerras do Iraque e do Afeganistão e em operações contra o Estado Islâmico na Síria.

Sua existência não foi reconhecida oficialmente pelos EUA até 2002, quando o então vice-presidente Dick Cheney visitou a base, e a localização exata permaneceu secreta até 2013, quando o Pentágono tornou públicos detalhes sobre a instalação.

Mais recentemente, Al-Udeid apoiou a desastrosa retirada de soldados dos EUA do Afeganistão em 2021, em meio à volta do Talibã ao poder no país —o aeródromo foi uma das principais bases para onde militares americanos foram enviados antes de retornar definitivamente aos EUA.

A importância crescente de Al-Udeid nas últimas décadas foi resultado não apenas das guerras iniciadas pelos EUA no Oriente Médio desde os anos 1990, mas também de um esforço do Qatar, que sedia o aeródromo, para estimular uma presença militar americana em seu país.

Em 1996, o pequeno emirado, que conta hoje com cerca de 3 milhões de habitantes (dos quais pouco mais de 10% são qataris e o restante, trabalhadores migrantes), não tinha uma Força Aérea própria, e teve como estratégia investir na expansão de Al-Udeid para garantir um nível de proteção dos EUA ao país.

Ao longo dos anos, de acordo com o Pentágono, a monarquia árabe gastou US$ 8 bilhões (R$ 44 bilhões) na construção e ampliação de Al-Udeid, incluindo US$ 1,4 bilhão somente em instalações para abrigar os militares americanos que vivem na base. Hoje, a base opera aviões-tanque, drones e aviões de transporte, além de caças e bombardeiros.

Como um dos principais centros de tropas americanas no Oriente Médio, Al-Udeid conta com defesas aéreas robustas operadas tanto pelo Qatar quanto pelos EUA —elas foram responsáveis por interceptar o ataque iraniano desta segunda, que acabou sem deixar mortos ou feridos.

O presidente dos EUA, Donald Trump, visitou Al-Udeid em maio deste ano durante viagem oficial às monarquias árabes do Golfo Pérsico aliadas de Washington. Recebido pelos soldados da base em clima de comício, Trump elogiou o Qatar por seu investimento na base e compra de equipamentos militares americanos para suas próprias Forças Armadas.

VICTOR LACOMBE / Folhapress

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