BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Banco Central admitiu nesta segunda-feira (21) atraso no desenvolvimento do Drex o real digital e revisou o cronograma da primeira fase de testes. Antes prevista para acabar entre fevereiro e março do ano que vem, essa etapa do piloto deve durar até maio de 2024.
Segundo Fabio Araujo, coordenador do real digital no BC, a inclusão dos participantes na rede está sendo um processo mais lento do que o previsto e questões de privacidade estão se mostrando um “desafio grande” no desenvolvimento da moeda digital brasileira.
“A gente está tendo alguns problemas, está executando o cronograma de uma forma um pouco mais lenta do que a gente tinha planejado para colocar as pessoas para dentro da rede”, afirmou Araujo na live semanal do BC.
A autoridade monetária selecionou 16 participantes (individuais ou consórcios) para integrar a infraestrutura onde serão realizados os testes do Drex na fase piloto.
A rede escolhida para essa etapa de desenvolvimento foi a Hyperledger Besu. Ela é baseada na Ethereum, plataforma que usa tecnologia blockchain para registrar transações com ativos digitais.
“Também o processo de escolha da tecnologia de proteção da privacidade tem se mostrado um desafio grande. A gente está conversando com vários provedores. A gente vê que a maturidade ainda não está adequada para o nível que a gente precisa da LGPD [Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais]”, disse.
“Isso está fazendo com que a gente ache que é importante rever um pouco o cronograma”, acrescentou. “Para que a gente tenha tempo de conduzir esses testes de privacidade da forma mais adequada, a gente deve terminar em maio de acordo com o planejamento atual.”
Apesar do cronograma mais elástico nessa primeira fase de testes, Araujo manteve a projeção de que a população brasileira poderá ter acesso ao Drex, ainda de forma experimental, entre o fim de 2024 e início de 2025.
A moeda digital brasileira está sendo desenvolvida pela autoridade monetária com o objetivo de trazer avanços em transações mais complexas e popularizar serviços financeiros no país que hoje são caros e pouco acessíveis.
O real digital foi batizado de Drex pelo BC no dia 7 de agosto e apresentado como “um passo a mais na família do Pix”.
NATHALIA GARCIA / Folhapress