SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Um bebê com apenas 20 dias foi resgatado pela polícia, na manhã desta terça-feira (20), após ser entregue pela mãe, de 19 anos, para o pagamento de dívidas com traficantes de drogas em Manaus. Duas mulheres foram presas.
Mãe do bebê é dependente química e entregou o filho para duas mulheres. Segundo a Polícia Civil do Amazonas, as suspeitas são irmãs e têm 24 e 22 anos. Na ocasião, foram cumpridos cinco mandados, sendo dois de prisão temporária e três de busca e apreensão.
Investigação começou há dez dias após denúncia de um familiar da mãe da criança. A delegada Juliana Tuma, titular da Depca (Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente), destacou que o familiar desconfiou da história contada pela mãe do bebê. Ela afirmou que a criança teria morrido. “Chegou a apresentar, inclusive, uma declaração de óbito falso em formato digital”, explicou a delegada. Detalhes da investigação foram apresentados nesta terça-feira (20) em entrevista coletiva.
Inicialmente, a delegada disse que pensou que o bebê pudesse ter sido adotado ilegalmente. Com o avanço das investigações, polícia identificou que se tratava do crime de tráfico de pessoas. “Fomos em busca de informações desde quando o caso iniciou. Ou seja, em resumo, a jovem deu entrada em uma maternidade localizada na zona norte de Manaus com um nome falso, e saiu de lá em um sábado, dia em que o cartório da maternidade não funcionava, para que não fosse necessário registrá-lo. Dias depois, ela inventou para a família que o bebê teria falecido”, detalhou Juliana Tuma.
Bebê foi encontrado em uma casa no bairro Santa Etelvina, na zona norte de Manaus, com uma das criminosas. No local, a polícia também localizou drogas. De acordo com a delegada, a suspeita de 22 anos foi a responsável por negociar com a mãe biológica do bebê. A outra, de 24 anos, foi quem ficou com a criança depois dela ser entregue.
Durante o cumprimento das buscas e apreensão, foram encontrados o atestado de óbito falso e outros documentos referentes a esse recém-nascido. “O bebê está no sistema de acolhimento e o Juizado da Infância e da Juventude irá decidir o seu futuro de agora em diante”, ressaltou a delegada.
Mãe teria dívida com o tráfico. Ela se arrependeu de entregar a criança e chegou a solicitar a filha de volta, mas foi ameaçada de morte por causa da dívida. “Estava sob ameaça. Nós temos acesso a várias mensagens ameaçadoras pesadas”, segundo a delegada.
Crime foi premeditado, diz a polícia. “Todo o esquema criminoso foi premeditado pelas irmãs, com a mãe biológica do bebê, inclusive o atestado de óbito falso. Tendo a dimensão dessa situação, representamos por cinco mandados ao todo, sendo três de busca e apreensão e dois de prisão temporária, para que pudéssemos solucionar esse caso”, mencionou a delegada.
As irmãs presas responderão por tráfico de pessoas e falsificação de documento público. Uma das suspeitas já possuía passagem pela polícia por tráfico de drogas. A mãe da criança também poderá ser responsabilizada pelos crimes de tráfico de drogas e falsidade ideológica.
Redação / Folhapress