SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou com o papa Francisco neste sábado (11) e concedeu-lhe a Medalha Presidencial da Liberdade com Distinção, a mais alta honraria civil do país, informou a Casa Branca.
Foi a primeira vez em seus quatro anos de mandato que Biden concedeu a medalha “com distinção”, afirmou.
Biden deixa o cargo em 20 de janeiro, quando o republicano Donald Trump assume o governo americano. Para supervisionar a resposta federal aos incêndios na Califórnia, ele cancelou uma viagem a Roma esta semana, onde deveria se encontrar pessoalmente com Francisco.
Católico de longa data que já se encontrou com o papa várias vezes, Biden disse a repórteres na sexta-feira (10) que estava desapontado por cancelar a viagem, mas que sentiu que era mais importante permanecer em Washington.
A Medalha Presidencial da Liberdade é concedida a indivíduos que fizeram contribuições exemplares para a prosperidade, valores ou segurança dos EUA, paz mundial ou outros empreendimentos sociais, públicos ou privados.
Uma semana atrás, Biden concedeu a honraria à ex-secretária de Estado Hillary Clinton, ao chef José Andrés e à conservacionista Jane Goodall, entre outros.
A Casa Branca disse que Biden conversou por telefone com Francisco neste sábado e expressou seu profundo pesar por não poder visitar Roma e a Cidade do Vaticano. Os dois líderes discutiram esforços para promover a paz ao redor do mundo, incluindo o trabalho do pontífice para aliviar o sofrimento de comunidades vulneráveis, diz o comunicado.
Em sua citação para Francisco, Biden elogiou a vida de serviço do líder religioso “aos sem voz e vulneráveis na Argentina” e seu compromisso vitalício com os pobres.
“Um pastor amoroso, ele responde alegremente às perguntas das crianças sobre Deus. Um professor desafiador, ele nos comanda a lutar pela paz e proteger o planeta”, escreveu Biden.
“O primeiro papa do hemisfério Sul, o papa Francisco é diferente de qualquer outro que veio antes. Acima de tudo, é o Papa do Povo –uma luz de fé, esperança e amor que brilha intensamente em todo o mundo.”
Tanto Biden quanto Francisco foram enfraquecidos por eventos globais, diz Massimo Faggioli, um acadêmico italiano e professor da Universidade Villanova que acompanha o papado. “É realmente difícil subestimar o quão trágico é este momento para ambos os homens de maneiras diferentes. Porque o que poderia dar errado deu errado nesses poucos anos.”
Francisco tem pressionado pelo fim da guerra da Rússia com a Ucrânia e tem sido crítico da campanha militar de Israel contra o grupo terrorista Hamas. Ambos os conflitos estão em andamento.
Biden, frequentador regular de missas, afastou-se da doutrina da Igreja Católica ao longo da carreira política com seu apoio aos direitos ao aborto. Em 2021, ele disse que Francisco o defendeu das críticas de alguns católicos dos EUA sobre o assunto, incluindo bispos.
Francisco tem se esforçado para abrir a igreja ao mundo moderno desde que assumiu o comando em 2013, motivo pelo qual atrai críticas de católicos mais conservadores que o consideram liberal demais.
Redação / Folhapress