Bitcoin atinge máxima histórica em real com apostas sobre vitória de Trump em eleição dos EUA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O bitcoin passou a marca dos R$ 400 mil pela primeira vez na história nesta terça-feira (29).

A criptomoeda rondava os R$ 421 mil por volta das 16h (de Brasília), com alta de 5,48% no dia. Outras moedas digitais também registraram valorização: o ethereum ganhava 4,9% e o dogecoin subia mais de 10,3% no mesmo período.

Em dólar, a criptomoeda está perto de atingir os US$ 73,7 mil, maior preço na história, alcançado em março deste ano. Fatores políticos e econômicos aumentam a confiança dos investidores, segundo Lendel Lucas, CEO da gestora iVi Technologies.

“A possibilidade de uma vitória de Donald Trump tem levado os mercados a especular sobre uma administração mais amigável às criptomoedas”, diz.

Trump se reuniu em junho com mineradoras de Bitcoin e, em uma postagem subsequente na rede social que fundou, a Truth Social, disse que a mineração de bitcoin pode ser “nossa última linha de defesa contra um CBDC”, referindo-se a uma moeda digital de banco central. Na ocasião, Trump disse desejar que todo o bitcoin restante seja “feito nos EUA”.

O atentado ao ex-presidente nos EUA, em julho, provocou um salto no ativo, com expectativas de que o ocorrido o daria mais força política para vencer a disputa contra Kamala Harris.

Um resultado favorável à democrata não deve esfriar expectativas para o mercado, apesar de maior proximidade de Trump com o setor, na visão de Murilo Cortina, diretor comercial da QR Asset Management.

“Harris ainda apresenta ressalvas. Porém, independente de quem ganhar, o setor terá caminho regulatório mais favorável, o que é crucial para que a indústria cresça”, diz.

A expectativa de uma reunião do Federal Reserve logo após as eleições adiciona ainda mais peso a esse cenário, segundo o CEO da iVi Technologies.

“Os investidores acreditam que um possível corte nas taxas de juros pelo Fed pode tornar os ativos digitais, como o Bitcoin, mais atraentes como reserva de valor em comparação a alternativas tradicionais”. diz.

O gestor também acredita que a alta foi influenciada por investimentos em fundos negociados em Bolsa (ETFs).

LAURA INTRIERI / Folhapress

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