RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou nesta segunda-feira (7) a aprovação de R$ 65 milhões para o financiamento de um projeto da empresa Highline que prevê levar internet para periferias.
De acordo com o banco, a fonte dos recursos é um fundo gerido pela instituição, o Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação).
O projeto anunciado nesta segunda prevê a instalação de um total de 181 torres de 4G e 5G em territórios urbanos e rurais. Desse montante, 145 ficam em 124 favelas de 23 estados, segundo o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon.
“Depois de 23 anos do Fust sem ser utilizado, o governo do presidente Lula tomou a decisão de que o recurso seria para a sua função, que é levar conectividade para todo o país”, disse o diretor.
“É fundamental levar conectividade, que melhora o comércio local, a economia local. Não dá para a gente viver sem conectividade, pensando no comércio e também no desenvolvimento das pessoas que querem estudar”, acrescentou.
O anúncio ocorreu em um evento na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. O Fust prevê recursos para investimentos em expansão e melhoria dos serviços de telecomunicação.
Para os projetos considerados prioritários, que incluem favelas e áreas rurais, a taxa de remuneração do banco é menor, de 1% ao ano, contra 2,5% para demais iniciativas.
Segundo Gordon, o BNDES dispõe de R$ 2 bilhões para crédito do Fust. Desses, em torno de R$ 740 milhões já foram contratados, e o restante está em fase de contratação até o fim do ano que vem, indicou o diretor.
“O que é o grande desafio do banco? É subir o morro”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, que participou do evento por meio de uma chamada de vídeo. “Temos de integrar a cidade, reduzir desigualdades, reduzir a pobreza, ir para os territórios.”
Nesta segunda, o banco também anunciou a abertura de chamada pública para recebimento de propostas do segundo ciclo do programa BNDES Periferias.
A iniciativa prevê apoio a projetos de diferentes áreas em favelas e é voltada a pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos.
Nesta nova etapa, o banco anunciou mais R$ 100 milhões para o BNDES Periferias (R$ 50 milhões da própria instituição e R$ 50 milhões de parceiros).
No primeiro ciclo, já encerrado, outros R$ 100 milhões haviam sido lançados em março (R$ 50 milhões do banco e R$ 50 milhões de parceiros).
LEONARDO VIECELI / Folhapress