RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou financiamento para compra de dez jatos comerciais da Embraer pela Azul Linhas Aéreas. A operação gira em torno de R$ 1,9 bilhão.
O negócio envolve aviões do modelo E195-E2. O BNDES afirma que se trata da maior operação em número de aeronaves já realizada de forma direta pela instituição com a Azul. Sete aviões haviam sido financiados em 2009 e seis em 2010, diz o banco.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, indicou no dia 19 de julho que companhias aéreas do país precisariam comprar aeronaves da Embraer como contrapartida de financiamento da instituição.
O banco também anunciou em julho a aprovação de crédito para a exportação de 32 jatos E175 da fabricante brasileira para a American Airlines. Essa operação envolve cerca de R$ 4,5 bilhões.
Na visão de Mercadante, países com indústrias aeronáuticas de ponta financiam fabricantes nacionais de forma perene por meio de instituições de desenvolvimento e agências de crédito à exportação.
“No Brasil, esse papel é desempenhado pelo BNDES. A aquisição de aeronaves da Embraer pela Azul fortalece a economia nacional, gerando recolhimento de impostos aqui, além de empregos qualificados e renda no Brasil, objetivos centrais da política de desenvolvimento do governo do presidente Lula”, afirma em nota.
O incentivo à indústria nacional é uma das promessas do governo federal, que defende a atuação do BNDES como financiador de projetos das fábricas. Essa política, contudo, é vista com ressalvas por uma ala de economistas.
O banco afirma que, desde 1997, já financiou cerca de US$ 25,9 bilhões em exportações e 1.311 aeronaves da Embraer.
“Os financiamentos do BNDES complementam o financiamento provido pelo mercado privado e possibilitam à Embraer concorrer no mercado externo em igualdade de condições com suas concorrentes”, diz a instituição de fomento.
O vice-presidente executivo financeiro e relações com investidores da Embraer, Antonio Carlos Garcia, afirmou que a empresa, o banco e a Azul “formam uma parceria histórica” e “fundamental para o crescimento da indústria do transporte aéreo brasileiro”.
“Os E-Jets E2 são as aeronaves de corredor único mais eficientes da atualidade, projetadas e produzidas no Brasil, e podem contribuir de forma efetiva para o aumento da conectividade nas rotas domésticas”, declarou.
O CEO da Azul, John Rodgerson, disse que o BNDES tem um “histórico de apoiar o desenvolvimento e crescimento do setor da aviação”. Segundo ele, o financiamento dos jatos demonstra um “voto de confiança” na companhia.
Em declarações recentes à imprensa, Mercadante lembrou que as empresas aéreas acumularam um passivo na pandemia de Covid-19, mas apontou que o setor atravessa um momento de demanda aquecida com a retomada de viagens após as restrições sanitárias.
LEONARDO VIECELI / Folhapress