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Boeing quer revender aviões após tarifas afetarem comércio com a China

PELOTAS, RS (FOLHAPRESS) – A Boeing está procurando revender dezenas de aviões destinados à China que foram atingidos por tarifas de exportação dos Estados Unidos contra o país asiático. A empresa já repatriou três aeronaves para os EUA, em vez de deixá-lo em estoque sem compradores interessados.

A estratégia para evitar o custoso acúmulo de jatos não entregues, já visto durante flutuações passadas nas importações chinesas, ocorre em um momento em que a Boeing redobra esforços para economizar dinheiro e pagar dívidas vendendo parte de seus negócios de serviços.

A empresa tomou a rara atitude de sinalizar publicamente a potencial venda de aeronave durante uma teleconferência com analistas nesta quarta-feira (23), dizendo que não haveria escassez de compradores em um mercado de jatos aquecido.

“Clientes estão ligando, pedindo aviões adicionais”, disse o diretor financeiro, Brian West. Essas negociações geralmente são mantidas em sigilo absoluto.

“Devido às tarifas, muitos dos nossos clientes na China indicaram que não aceitarão entregas”, afirmou o presidente-executivo, Kelly Ortberg. “Não vamos continuar a construir aeronaves para clientes que não as aceitam”, acrescentou.

Fontes da indústria afirmam que os comentários foram vistos como uma mensagem a Pequim e Washington de que a guerra tarifária será extremamente custosa, ainda mais com as companhias aéreas lutando por capacidade e a Boeing se recuperando de múltiplas crises.

Nas redes sociais, o presidente americano, Donald Trump, criticou Pequim por ter rejeitado a entrega de aviões, o que descreveu como um “pequeno exemplo do que a China tem feito durante anos com os EUA”. Em sua rede, Truth Social, o magnata republicano disse que a Boeing deveria reclamar da China por “falta de pagamento”.

Na mesma publicação, Trump voltou a se queixar do tráfico de drogas, afirmando que o fentanil “continua chegando” aos EUA “da China, através do México e do Canadá”. “E é melhor que pare AGORA!”, acrescentou.

Dois jatos transportados para a China em março, para serem entregues à Xiamen Airlines, retornaram à Boeing em Seattle na semana passada. Um terceiro 737 MAX saiu do centro de conclusão de Zhoushan da Boeing, perto de Xangai, para o território norte-americano de Guam nesta quinta-feira (24), mostraram dados do Flightradar24.

Guam é uma das paradas dos voos de entrega da Boeing na jornada de 8.000 km pelo Pacífico. O terceiro avião foi fabricado inicialmente para a Air China, de acordo com o Aviation Flights Group. A companhia aérea não respondeu a um pedido de comentário.

A aeronave foi transportada de Seattle em 5 de abril, no período entre o anúncio inicial de tarifas sobre a China por Trump e o início da aplicação de tarifas cada vez maiores por Pequim sobre produtos americanos.

A Boeing afirma que a China representa cerca de 10% de sua carteira de aviões comerciais. Ela vem perdendo participação de mercado para a rival europeia Airbus nos últimos anos.

A Boeing planejava entregar cerca de 50 novos aviões à China no restante deste ano, acrescentou West. A empresa está estudando opções para relançar 41 já construídos ou em produção.

O presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou neste mês as tarifas básicas sobre as importações chinesas para 145%. Em retaliação, a China impôs uma tarifa de 125% sobre produtos norte-americanos.

No entanto, West alertou que o cenário pode mudar rapidamente. Washington já sinalizou nesta semana abertura para reduzir a tensão na guerra comercial, afirmando que tarifas altas entre os EUA e a China não são sustentáveis.

Possíveis mercados alternativos para a Boeing incluem Índia, América Latina e Sudeste Asiático, mas as discussões mal começaram, disseram fontes do setor.

No entanto, especialistas afirmam que concretizar o desvio de jatos para outros compradores não é tão simples como apertar um botão. Encontrar novos clientes depois que os aviões já foram montados “pode ser um esforço caro”, disse a publicação do setor Leeham News.

Especialistas dizem que muitos componentes, como cabines, são escolhidos pelas companhias aéreas e que mudar as configurações pode custar milhões de dólares. Isso também pode criar um emaranhado de compromissos contratuais e exigir a cooperação do comprador original.

Redação / Folhapress

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