SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Boeing 737-800 que bateu contra um muro e explodiu no Aeroporto Internacional de Muan (288 km de Seul), no sudoeste da Coreia do Sul, faz parte da segunda linha de aviões 737 da Boeing.
De acordo com o The New York Times, este modelo representa cerca de 15% da frota global de aviões comerciais. São cerca de 4.400 unidades em operação no mundo.
No total entre as aeronaves 737, são cerca de 9.000 unidades em operação, segundo informações da Boeing.
O acidente ocorreu na manhã deste domingo (29), pelo horário local, com o avião da empresa Jeju Air carregava 175 passageiros e seis tripulantes. De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, dois tripulantes sobreviveram. Os outros 179 a bordo morreram. A aeronave havia decolado de Bancoc, na Tailândia, com destino a Muan.
O modelo 737-800 é utilizado também por empresas de aviação brasileiras. Lançado em 1994, tem como uso preferencial os voos comerciais e tem capacidade máxima de 186 passageiros. Mas pode ser adaptado para transportar apenas cargas.
Ele é integrante da linha Nex-Generation da Boeing, anterior ao 737 Max, que passou por acidentes entre 2018 e 2019 e fez a empresa norte-americana entrar em crise.
A Boeing informou colaborar com as autoridades sul-coreanas para determinar as causas do acidente, a maior tragédia aérea da história da aviação do país.
O CEO da Jeju Air, Kim E-bae se desculpou pelo acidente em pronunciamento para emissoras de TV. Ele afirmou que a aeronave não tinha qualquer histórico de acidentes e não havia nenhum sinal anterior de problemas técnicos.
Segundo as especificações técnicas divulgadas pela Boeing, o 737-800, chega a 850 km/h na velocidade de cruzeiro e pode decolar com até 73.700 kg. É capaz de viajar por 4.200 km, o que seria capaz de cobrir a distância entre São Paulo e Santiago (Chile), por exemplo.
O modelo é operado por cerca de 200 companhias aéreas, em rotas na Ásia, Europa e nas Américas.
Pelos dados encontrados no site Flightradar24, a aeronave que explodiu na Coreia do Sul tinha 15 anos de uso e foi arrendado para a Jeju Air em 2017. Antes disso, era operado pela Ryanair, empresa de voos low cost na Europa.
Uma apuração preliminar indicou que o acidente foi causado por “contato com pássaros, o que resultou em uma falha no trem de pouso” enquanto o avião tentava aterrissar.
Em 2018 e 2019, a Boeing teve problemas com a linha 737 Max 8, envolvido em dois acidentes que mataram, no total, 346 pessoas.
Os reguladores dos EUA chegaram a proibir o 737 Max 9 de voar devido a preocupações sobre os processos de fabricação na Booeing e em seu fornecedor Spirit AeroSystems, responsável pela construção das fuselagens do Max. Em janeiro deste ano, o modelo foi liberado para operar, mas as investigações continuam.
Redação / Folhapress