SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira registrava queda no início das negociações desta quarta-feira (18), acompanhando índices internacionais com a escalada da guerra entre Hamas e Israel, no Oriente Médio. Na terça (17), um ataque a um hospital em Gaza deixou ao menos 500 pessoas mortas, segundo o Ministério da Saúde local, no episódio mais mortal na região desde o início do conflito.
Na ponta positiva, a Petrobras, uma das maiores empresas da Bolsa brasileira, operava em alta e atenuava as perdas do Ibovespa, apoiada pela alta do petróleo.
A tensão no Oriente Médio também impulsionava o dólar, que registrava alta mesmo após a divulgação de dados fortes sobre a economia chinesa. Em momentos de aversão ao risco, a moeda americana tende a se valorizar, por ser um ativo mais seguro.
Além disso, os títulos do Tesouro americano seguem subindo nesta manhã, dando força à divisa.
Às 10h50, o Ibovespa caía 0,74%, aos 115.041 pontos, enquanto o dólar subia 0,27%, cotado a R$ 5,047.
De acordo com economistas do Bradesco, a cautela predomina, uma vez que as incertezas em relação ao conflito entre Israel e Hamas permanecem e o risco de escalada se intensificou, conforme relatório enviado a clientes antes da abertura do mercado.
A equipe do banco também destacou que dados de vendas de varejo divulgados na véspera nos Estados Unidos trouxeram novamente a discussão sobre a possibilidade de altas adicionais nos juros na maior economia do mundo.
Na terça, a Bolsa brasileira fechou em queda e o dólar permaneceu estável como o aumento de temores no mercado sobre uma possível nova alta de juros, após a divulgação de dados melhores que o esperado sobre o setor de serviços dos Estados Unidos.
Segundo o Departamento de Comércio dos EUA, as vendas do varejo americano aumentaram 0,7% em setembro, muito mais que os 0,3% esperados por analistas.
Após a divulgação dos dados, os títulos do Tesouro americano, os chamados “treasuries”, voltaram a subir após terem se estabilizado nos últimos pregões. Os treasuries de dez anos subiram 0,14 ponto percentual, para 4,85%, enquanto os de dois anos subiram 0,12 ponto percentual. Ambos rondam seus maiores patamares em 17 anos.
Os treasuries já são considerados investimentos extremamente seguros. Em dias de alta, a tendência é que ativos de risco e países emergentes sejam penalizados, já que investidores preferem alocar seus recursos nos títulos do Tesouro americano.
A alta dos treasuries também tende a beneficiar o dólar, justamente por atrair recursos para a renda fixa dos Estados Unidos.
Com isso, o Ibovespa caiu 0,53%, aos 115.908 pontos, enquanto o dólar caiu 0,02%, mantendo-se praticamente estável cotado a R$ 5,034.
Redação / Folhapress