Bolsa abre em queda pressionada porr papéis dos EUA e guerra Israel-Hamas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira acompanhou os índices internacionais e abriu em queda nesta segunda-feira (23), com os temores sobre a guerra entre Israel e Hamas ainda afetando ativos de risco mundialmente.

As preocupações sobre uma nova alta nos juros americanos também persistem. O mercado aguarda novos dados de inflação dos Estados Unidos para avaliar a necessidade de um aumento nas taxas do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que fará sua reunião de política monetária na próxima semana.

“Os últimos dados econômicos mais fortes e os discursos dos membros do Fed confirmam a visão de que o mercado parece estar prevendo menores chances de um corte de juros maior”, afirma a equipe da Guide Investimentos.

Enquanto isso, os rendimentos dos títulos americanos de dez anos, os chamados “treasuries”, seguem subindo e superaram a marca de 5% nesta manhã, pressionando os ativos de risco. Nesse cenário, os índices futuros de Wall Street também registravam queda.

“Quando os investidores podem obter um rendimento anual de 5% em ativos seguros, como os títulos do Tesouro, é menos provável que se arrisquem em operações mais arriscadas”, diz Marios Hadjikyriacos, analista sénior de investimentos da corretora forex XM.

Às 10h24, o Ibovespa caía 0,77%, aos 112.280 pontos, enquanto o dólar permanecia estável cotado a R$ 5,031.

No Brasil, a expectativa é sobre a divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15) de outubro, na quinta (26). Nesta manhã, o boletim Focus, do Banco Central, mostrou que analistas reduziram a projeção de inflação para 2023 de 4,75% para 4,65%.

O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) também foi revisado para baixo, indo de 2,92% para 2,90%, na primeira diminuição das projeções do indicador em seis meses.

Na sexta (20), o Ibovespa terminou a sessão com desvalorização de 0,70%, aos 113.196 pontos, e acumulou queda semanal de 2,21%.

As ações da Vale (VALE3) puxaram a queda do principal índice da Bolsa de Valores, com recuo de 2,71%, a R$ 62,67 cada papel. A cotação da empresa acompanhou a desvalorização de 3,2% do minério de ferro para US$ 114,64 por tonelada no fechamento das negociações diurnas na Ásia, após dados da produção de aço na China virem mais fracos do que o esperado.

Já o dólar caiu 1,12% neste intervalo, com a perda de força da moeda americana que teve início na semana passada. Entre 18 de agosto e 6 de outubro, um dia antes de a guerra começar, a moeda havia saltado 6,30% com o receio de juros mais altos nos Estados Unidos. Na sessão desta sexta, o câmbio cedeu 0,42%, a R$ 5,0312.

Os juros cederam, em um movimento de recuperação, o que ajudou o dólar a perder força. O rendimento do título de dez anos caiu de 4,98% no fechamento da véspera para 4,93%.

Com o cenário de incerteza, os índices de ações dos EUA também fecharam em queda nesta sexta. O S&P 500 caiu 1,26%, o Dow Jones, 0,86%, e o Nasdaq, 1,53%.

Redação / Folhapress

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