Bolsa Longchamp, a queridinha de Kate Middleton, vira moda entre estudantes de SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Basta uma voltinha pelas faculdades para constatar: estudantes universitárias de São Paulo estão lotando as salas de aula com bolsas da marca francesa Longchamp. São as mesmas bolsas estilo sacola que Kate Middleton aparecia usando ainda no começo dos anos 2010 e que, ainda hoje, são itens desejados. O modelo clássico virou febre nas redes sociais.

No TikTok, o vídeo que mostra garotas usando a mesma bolsa, em tamanhos e cores diferentes viralizou com um trocadilho: “A bolsa que o governo distribuiu”. Outro, feito por uma estudante de uma universidade particular na zona sul de São Paulo, chegou a mais de 1 milhão de visualizações mostrando 25 garotas usando o mesmo acessório. “Acho que esta bolsa estava em uma lista de material obrigatório da ESPM e eu não sabia”, diz a legenda. O modelo em questão é o Le Pliage, lançado em 1993.

A grife foi fundada em 1948 por Philippe Cassegrain empresário que decidiu expandir seus negócios familiares de tabaco e fumo para o ramo das bolsas. A marca não faz parte de nenhum conglomerado empresarial e continua nas mãos da mesma família, criando novos modelos –sem abdicar do clássico que nunca sai de moda.

Lorenzo Merlino, estilista e professor de tendências da Faap, diz que a marca é uma “outsider” entre as grifes europeias e que se credibilizou justamente por fazer bolsas com material barato, mas de qualidade.

“A Longchamp foi das primeiras marcas, antes da Prada até, a usar o nylon nas bolsas”, conta. O modelo dobrável, que ocupa pouco espaço foi pensado inicialmente para parisienses moradoras de apartamentos apertados, “mas também é perfeito para pessoas de qualquer lugar do mundo”, na opinião de Merlino.

Talvez o status de prática” e “barata” não seja tão atraente para as fashionistas, despreocupadas com estas características. Mesmo assim, as mulheres reais ainda a consideram um item de luxo e desejo, segundo Lilian Pacce, jornalista e curadora de moda, autora do livro “O Biquíni Made in Brazil”.

“A Longchamp consegue se posicionar num mercado de luxo que não é Hermès ou Louis Vuitton. Mas é um luxo, com um preço mais razoável”, diz Lilian. “Ela cria um desejo nos jovens, ao mesmo tempo que mantém esse status de marca francesa, cool e acessível”, completa.

Lilian ainda explica porque este modelo, especificamente, caiu nas graças das mulheres há três décadas, e se mantém em alta: “A marca teve a capacidade de renovar sempre esse modelo, que é um clássico. Ela virou um item de colecionador, tem esse status de clássico”.

A jornalista diz ainda que vê a tendência nas redes sociais como positiva: “Essa pode ser a melhor coisa que esses jovens tiktokers podem aprender. Tem clássicos que passam por todas as gerações. Algo bom, útil e bonito sempre vai ser desejado”.

A Longchamp teve quatro lojas no Brasil, sediadas em shoppings da capital paulista, de 2008 a 2017, quando todas fecharam em meio à crise financeira e política no país. Para Merlino, o fracasso se deu porque a consumidora brasileira não teria o mesmo padrão de consumo da europeia, que precisa de pequenos objetos para seus pequenos espaços.

Já Lilian diz que o fato de a marca ter fechado pode estar relacionado a uma questão da economia brasileira, de uma política complexa, que não possuía perspectiva de crescimento para no momento. Fato é que a bolsa continua aparecendo nos braços das jovens e adultas brasileiras, que precisam comprar por importação ou por revendedores.

ONDE COMPRAR

A marca possui mais de 250 lojas espalhadas pelo mundo. No site oficial, o modelo clássico Le Pliage está à venda nos tamanhos médio e grande, que custam US$ 140 e US$ 155 (cerca de R$ 700 e R$ 775). Na Farfetch Brasil, uma das principais revendedoras da marca no país, o preço vai para R$ 1254 e R$ 1360. Modelos com materiais diferentes sobem de valor.

Não é de se espantar que réplicas se multipliquem no comércio mundial. Nas redes sociais, os “dupes” (como são chamadas as imitações entre os usuários) mais populares vendidos on-line são da asiática Shopee (R$ 158) e da brasileira Renner (R$ 179).

LUÍSA MONTE / Folhapress

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