SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após renovar sua máxima histórica no pregão da véspera, a Bolsa brasileira recuou 0,49%, aos 130.197 pontos, nesta sexta-feira (15), num movimento comum de correção.
Já o dólar avançou 0,45% e terminou o dia cotado a R$ 4,937, recuperando-se após fortes tombos registrados após a última decisão sobre juros do Fed, o banco central americano.
De acordo com o analista-chefe da Levante Corp, Eduardo Rahal, o mercado exibiu nesta sexta-feira uma “tendência lateral”, após uma semana marcada por intensa volatilidade, que teve como destaques decisões de juros no Brasil e EUA.
Ele citou que, desde a quarta-feira, investidores passaram a recalcular suas expectativas para futuras alterações nas taxas de juros pelo banco central norte-americano, antecipando a chance de cortes, com algumas apostas já para janeiro de 2024.
Na quarta-feira, o Federal Reserve confirmou as expectativas do mercado e manteve o juro entre 5,25% e 5,50% ao ano, enquanto 17 dos 19 formuladores de política monetária do Fed passaram a projetar corte da taxa em 2024.
Além disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o BC dos EUA provavelmente já terminou de aumentar os juros e afirmou que eles estão muito focados em não cometer o erro de manter as taxas altas por tempo demais.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes também se recuperava de baixas recentes, em alta de 0,63%.
A alta do dólar também pode ser reflexo de uma demanda sazonal pela divisa norte-americana, disseram operadores, à medida que o final do ano se aproxima e as empresas brasileiras se preparam para enviar remessas de dinheiro ao exterior, o que pode prejudicar o real na reta final de 2023.
“O real tende a ter ventos contrários sazonais no final do ano, mas isso pode não ser suficiente [para derrubar a moeda], dados os fundamentos fortes, como o ‘carry’, e uma orientação consistente do Copom para um ciclo de afrouxamento [de juros] cauteloso”, disse o Citi em relatório a clientes.
O banco norte-americano fez referência a operações de “carry trade”, que consistem na tomada de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desses recursos em mercado mais rentável.
No Brasil, com a Selic ainda em patamar muito restritivo, o “carry” (ou carrego) do real segue muito atraente para investidores estrangeiros, e “levará algum tempo antes de o ciclo de afrouxamento do Banco Central prejudicar a força do real”, avaliou o Citi.
Nesta semana, o BC cortou a Selic em 0,50 ponto percentual pela quarta vez consecutiva, a 11,75% ao ano.
Redação / Folhapress