Bolsa sobe 0,6% e renova pontuação recorde

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira renovou o seu recorde nominal nesta terça-feira (19) O Ibovespa subiu 0,58%, a 131.846 pontos, nova máxima de fechamento, segundo dados preliminares da CMA. Na véspera, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo já havia atualizado a marca histórica, quando subiu 0,68%, a 131.083 pontos.

Em termos reais, porém, o recorde está longe. Se for considerada a inflação, o pico do Ibovespa seria de 177.098 pontos, quando corrigido pelo IPCA atual, e de 212.305 pontos, quando corrigido pelo IGP-M, ambos atingidos em maio de 2008, antes da crise financeira. Os cálculos são da Economatica.

Já o dólar fechou em queda após a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Banco Central, que baixou o juro de 12,25% para 11,75%. Investidores também refletiram a expectativa por dados de inflação dos Estados Unidos desta semana e a elevação de nota de crédito da S&P para ‘BB’.

O dólar cedeu 0,83%, a R$ 4,8631. Na véspera, a divisa fechou a R$ 4,9033, em baixa de 0,70%.

Segundo analistas, a melhora na avaliação da S&P já era esperada e já estava precificada, uma vez que, agora, ela se assemelha à avaliação das demais agências de classificação de risco. Dessa forma, não teve grande influência no pregão desta terça.

Outro ponto de cautela é que a agência disse que a situação fiscal do país ainda preocupa. A agência de classificação de risco aponta que o déficit nas contas públicas segue elevado e que, caso a dívida pública aumente acima do esperado, a agência poderá revisar para baixo a nota do Brasil.

Na sessão, o risco-país medido pelo CDS (Credit Default Swap), caiu 1,30%, para 139 pontos, menor patamar desde 5 de março de 2020, antes da OMS (Organização Mundial de Saúde) decretar pandemia de coronavírus, o que aconteceu em 11 de março daquele ano. Em 2023, o indicador que atesta a capacidade do país pagar com suas contas, acumula aqueda de 46%.

“Na verdade, a S&P estava atrasada com relação às outras agências, a nota BB da S&P é equivalente a Ba2 da Moody e BB da Fitch. Acredito que o evento é positivo, mas sem grandes repercussões porque, na verdade, a S&P corrigiu a defasagem com relação à nota das outras agências, para ter efeito nos preços locais, teria que ser uma revisão para BB+ ou uma nota superior. Aí sim, estaríamos diante de uma novidade significativa”, afirma Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.

Em sua ata, o Copom diz que “houve um progresso desinflacionário relevante, em linha com o antecipado pelo comitê, mas ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas [convergência em direção aos alvos perseguidos pelo BC] e o retorno da inflação à meta, o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária”, escreveu.

Segundo agentes do mercado, a entrada de moeda estrangeira no Brasil beneficia o real ante o dólar, bem como o leve viés de baixa da divisa americana também no exterior.

Já Leandro Petrokas, diretor de pesquisa e sócio da Quantzed, vê a queda do dólar como um movimento mais ligado ao cenário interno. “O mercado avalia negociações envolvendo a reforma tributária. Com um fiscal mais robusto, há chances de mais quedas do dólar contra o real”, afirma.

Agora, o mercado aguarda novos dados sobre a inflação americana nesta sexta (22), para alinhar apostas sobre uma possível queda de juros nos EUA. Caso haja arrefecimento das pressões de preços, o Fed (BC dos EUA) pode ter de que afrouxar a política monetária mais cedo, o que tornaria o dólar menos atraente quando comparado a divisas arriscadas de retornos mais elevados, como o real.

Nos Estados Unidos, as Bolsas também subiram. O índice S&P 500 teve alta de 0,59% e o Dow Jones, de 0,68%. O Nasdaq sobe 0,66%

O movimento é beneficiado pela queda no rendimento do título de 10 anos do Tesouro americano, a 3,93%, de 3,95% na última sessão.

Redação / Folhapress

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