SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira registrou mais um dia de alta nesta quinta-feira (23) com apoio das ações do Bradesco, que estavam entre as mais negociadas da sessão e subiam mais de 3% após o anúncio de uma troca de comando da instituição.
Nesta manhã, o banco anunciou que Marcelo Noronha assumirá o cargo de presidente-executivo, substituindo Octávio de Lazari -que, por sua vez, vai ocupar uma cadeira no conselho de administração do Bradesco.
Com o anúncio, as ações do Bradesco fecharam em forte alta. Os papéis preferenciais do banco subiram 2,67% e foram os mais negociados do pregão, enquanto os ordinários avançaram 2,22%.
A alta do banco garantiu um dia positivo para o Ibovespa mesmo com queda da Vale, a maior empresa do índice, em dia fraco para as commodities no exterior. A Petrobras, porém, teve leve alta de 0,45% nos papéis ordinários, enquanto os preferenciais permaneceram estáveis.
Com isso, o Ibovespa encerrou o dia em alta de 0,42%, aos 126.575 pontos, segundo dados preliminares.
Já o dólar começou o dia recuando, mas fechou em leve alta de 0,11%, cotado a R$ 4,906, afetado pelo feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, que diminuiu a liquidez da sessão.
Na ponta negativa, as ações da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) continuam em trajetória de queda e tombaram 3,17% no pregão desta quinta, ainda afetada por preocupações sobre uma possível federalização da empresa.
Na quarta (22), o governadorde Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), concordou com uma proposta apresentada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de repassar parte dos ativos do estado, como a estatal elétrica, para equacionar a dívida bilionária com a União, de aproximadamente R$ 160 bilhões, segundo a agência Reuters.
No último dia 17, reportagem da Folha de S.Paulo antecipou a articulação do plano de federalização, que, além da Cemig, também inclui a transferência da Codemig (mineração de nióbio) e da Copasa (saneamento).
“A possível federalização das duas empresas é bem negativa, já que toda a agenda de melhora e eficiência operacional das empresas no governo Zema podem ser canceladas. É bem provável que a gente volte a ter um aumento de interferência do governo nas agências estatais, como trocas na diretoria e na estratégia, e que as empresas passem a ser menos eficientes”, afirma Leandro Petrokas, diretor de pesquisa e sócio da Quantzed.
Para o sócio e gestor de ações da Ace Capital, Tiago Cunha, a Bolsa brasileira teve um pregão relativamente parado, sem a bússola de Wall Street em razão do feriado do Dia de Ação de Graças.
“O pregão de hoje teve uma liquidez bem reduzida, quase sem a presença de estrangeiros. Adicionalmente, poucas notícias relevantes do ponto de vista corporativo e político também contribuíram para o dia mais parado”, afirmou.
De pano de fundo, as ações brasileiras seguem beneficiadas pela perspectiva de que o banco central norte-americano encerrou o ciclo de aperto monetário na maior economia do mundo, o que tem motivado o fluxo de capital externo para a B3.
MARCELO AZEVEDO / Folhapress