Bolsa sobe com investidores à espera de reunião do Fed; dólar fecha estável

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira subiu e o dólar fechou estável ante o real nesta segunda-feira (29), com os mercados à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (banco central americano), prevista para quarta-feira (1°).

“Todas as atenções estarão voltadas para a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto [Fomc], onde espera-se que os custos de empréstimos se mantenham estáveis. Os investidores monitorarão de perto os comentários do presidente [do Fed, Jerome] Powell em busca de indícios sobre o cronograma e a frequência dos cortes de taxas de juros previstos para este ano, especialmente diante das persistentes pressões inflacionárias”, diz a equipe da Guide Investimentos.

Um relatório de emprego americano com divulgação marcada para sexta (3) também é aguardado pelo mercado.

Na Bolsa, o destaque do dia foi o Grupo Casas Bahia, que saltou mais de 30% após ter fechado um acordo de recuperação extrajudicial.

Nesse cenário, o Ibovespa subiu 0,65%, aos 127.350 pontos, enquanto o dólar fechou sem alterações, cotado a R$ 5,115.

“O movimento foi comedido diante da agenda econômica que ganhará corpo a partir de quarta-feira, com a reunião do Fomc, justamente quando a B3 estará fechada devido ao feriado, além do payroll na sexta-feira”, descreve Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

“Quaisquer sinalizações sobre um possível afrouxamento das taxas podem gerar um impulso adicional para a Bolsa no Brasil, dado que nas últimas semanas o mercado tem precificado um cenário menos favorável ao início do ciclo de cortes na maior economia do mundo”, apontaram analistas do BB Investimentos.

O adiamento nas perspectivas de quando o Fed começará a reduzir o juro tem afastado o capital externo da bolsa paulista, com as vendas por estrangeiros no mercado secundário de ações brasileiro superando as compras em todos os meses de 2024, totalizando R$ 34 bilhões até o último dia 25.

Num dia de agenda esvaziada, a alta do Ibovespa foi garantida pelas ações da Vale e da Petrobras, as empresas de maior peso do índice, que registraram forte alta e foram as mais negociadas da sessão, mesmo em meio a queda do petróleo no exterior.

Os juros futuros locais registraram queda e também ajudaram o Ibovespa, em linha com o movimento dos títulos do Tesouro americano.

No câmbio, o dólar oscilou em margens bastante estreitas no Brasil. Na cotação mínima do dia, às 9h09, o dólar à vista marcou R$ 5,1029 (-0,27%) e, na máxima, às 12h49, atingiu R$ 5,1223 (+0,11%). A oscilação da mínima para a máxima foi de apenas 0,38 ponto percentual -nível bem inferior ao que se vê no dia a dia.

Dois profissionais ouvidos pela Reuters ponderaram que a falta de catalisadores nesta segunda-feira e a expectativa pelas divulgações no restante da semana engessaram os negócios no Brasil, e a variação tímida deve se manter ao longo da semana, como aponta a economista Cristiane Quartaroli, do Ouribank.

“O mercado está esperando para ver o que o banco central americano vai decidir na quarta. Mais do que a decisão em si, é prestar atenção no comunicado. Acredito que vai ser uma semana de câmbio mais de lado, por conta da expectativa com relação a esses indicadores. E hoje o movimento foi bem nessa linha. A gente não teve nenhuma movimentação muito grande e nenhuma notícia também que tivesse algum efeito mais intenso no câmbio”, afirma Quartaroli.

Na terça-feira (30) ocorre, ainda, a disputa pela formação da Ptax de fim de mês.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).

Redação / Folhapress

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