Bolsa sobe e dólar cai, com foco nos dados do IPCA-15 e na Petrobras

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira tinha alta nesta terça-feira (28), com investidores repercutindo os dados de inflação aferidos pelo IPCA-15 e a primeira entrevista de Magda Chambriard como presidente da Petrobras.

Por volta das 12h01, o Ibovespa avançava 0,16%, a 124.696 pontos. O dólar, no mesmo horário, caia 0,25%, cotado a R$ 5,158 na venda.

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) registrou aceleração da inflação em maio a 0,44%, após dois meses de alívio, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta manhã.

O resultado ficou abaixo do esperado: a mediana das estimativas de analistas consultados pela Bloomberg apontava para uma inflação de 0,47% em maio.

No acumulado dos últimos 12 meses, o IBGE registrou um índice de 3,70%, enquanto o mercado esperava que a inflação ficasse em 3,74% no período. Em março, a taxa era de 3,77% nesse recorte de tempo.

A variação de preços medida pelo IPCA-15 é considerada uma espécie de “prévia” do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), o indicador oficial da inflação do país. Isso porque o período de coleta é diferente: o IPCA-15 é aferido entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação.

Ou seja, ele sinaliza a tendência de aceleração ou desaceleração antes da contagem oficial.

Por esse motivo, o IPCA-15 funciona como um termômetro da economia –e, em meio a ruídos de uma inflação mais alta, serve também para ancorar as expectativas no que diz respeito à política monetária, já que a taxa Selic é o principal instrumento do BC (Banco Central) para controlar os preços do país.

Os dados vêm na esteira de falas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, que reconheceu que as expectativas de inflação se elevaram e que a credibilidade da autarquia contribuiu com a piora, conforme destacou a XP em relatório a clientes.

A XP mencionou ainda o fato de Campos Neto ter ressaltado o caráter técnico das decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) e que as expectativas de inflação voltarão a cair, acrescentando que a fala foi considerada menos restritiva pelo mercado.

O dólar, no exterior, também operava em queda, antes de mais dados de inflação das principais economias do mundo. Na sexta-feira, é esperada a divulgação do PCE, o núcleo da inflação dos Estados Unidos e o indicador mais monitorado pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano.

Uma inflação mais alta por lá pode significar taxas de juros também elevadas por mais tempo, o que mina o apetite por risco nos mercados globais.

Na cena corporativa, era destaque a primeira entrevista de Magda Chambriard como presidente da Petrobras.

A executiva defendeu um reforço na estratégia de buscar novas reservas de petróleo, sobretudo na margem equatorial, disse que a estatal não entrará em negócios que não dão lucro e que recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a missão de gerir a empresa com “respeito à sociedade brasileira”.

Ela ainda afirmou que a política de preços de combustíveis da estatal seguirá “abrasileirada” em sua gestão, em linha com os procedimentos implantados na administração anterior.

Chambriard foi indicada por Lula para substituir Jean Paul Prates, demitido na semana retrasada após longo processo de fritura, que ganhou força após sua abstenção em votação sobre dividendos extraordinários sobre o lucro de 2023.

Após recuar em relação à proposta de reter 50% dos dividendos extraordinários sobre o lucro de 2023, o governo determinou à empresa que decida até o fim do ano se distribui os 50% restantes. “Precisamos ver como isso se encaixa, o que vem pela frente, o que queremos acelerar”, afirmou Magda.

Enquanto analistas avaliavam as falas da executiva, as ações ordinárias e preferenciais avançavam 1,86% e 2,59%, respectivamente, também influenciadas pela alta do barril de petróleo no exterior.

Em dia de baixa no minério de ferro na China, Vale freava maiores ganhos no Ibovespa, com recuo de 1,26%.

Na segunda-feira, o dólar fechou perto da estabilidade, com leve alta de 0,07%, cotado a R$ 5,171 na venda. A Bolsa brasileira também teve pouca alteração e avançou 0,15%, a 124.495 pontos.

Redação / Folhapress

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