Bolsas pelo mundo sobem e ações de tecnologia disparam após anúncio de Trump

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As Bolsas pelo mundo estão em alta na manhã desta segunda-feira (14), com as empresas de tecnologia impulsionando a performance devido ao anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de isenção de tarifas sobre smartphones, computadores, chips e outros eletrônicos.

A medida de Trump foi divulgada na noite de sexta-feira (11) após o fechamento dos mercados nos EUA. Por isso, o reflexo só foi sentido nesta segunda, quando as Bolsas reabriram. Na Ásia, os principais índices subiram até 2,5%, mesma performance na abertura das Bolsas da Europa, e o pré-mercado das ações dos EUA estão em alta de até 1,5%.

Entre os asiáticos, o maior ganho foi em Hong Kong, com 2,4%. A Bolsa de Tóquio subiu 1,2%, Seul ganhou 0,95% e as Bolsas da China valorizaram 0,23% no CSI300, que reúne as principais companhias listadas em Xangai e Shenzhen, e 0,76% no SSEC, de Xangai.

A tendência positiva continuou na Europa e a maioria das Bolsas abriu em alta de 2%. Às 9h11 (horário de Brasília), o índice STOXX 600, a referência do continente, operava com ganho de 2,15%. Os outros principais mercados acompanhavam com subidas em Paris (2,06%), Londres (1,64%), Frankfurt na Alemanha (2,29%), Milão na Itália (2,38%) e Madri (1,84%).

Os futuros das ações das três Bolsas dos EUA também estavam em valorização nesta manhã, sendo que a Nasdaq apresentava a maior ascensão, com 1,46%, às 7h48, sendo impactada diretamente pela alta das ações das empresas de tecnologia.

Os papeis da Apple subiam 4,7% no pré-mercado, a HP tinha ganho de 3,6% e as fabricantes de chips Nvidia e Micron tinham valorização de 2,1% e 4,4%, respectivamente. Refletindo a Nasdaq, os índices Dow Jones e S&P também subiam 0,88% e 1,26%, respectivamente.

Os ganhos das empresas de tecnologia também ocorreram em outros países. Em Taiwan, a montadora de iPhones Hon Hai Precision Industry subiu 7,1%. A fabricante de peças sul-coreana LG Innotek, que obtém a maior parte de sua receita da Apple, teve alta de até 8,9%. A fornecedora da Nvidia, Advantest, subiu 6,3% em Tóquio. Um índice de ações de tecnologia asiáticas subiu até 2,6%, impulsionando o índice de referência regional.

“Estamos em uma posição muito melhor do que na sexta-feira” e os investidores de tecnologia “agora podem respirar aliviados”, escreveu o analista Daniel Ives, da Wedbush. “Mas ainda há muita incerteza, caos e confusão sobre os próximos passos, com todo o foco nas negociações tarifárias com a China sendo o ponto central.”

“Acho que é um alívio ‘líquido’, pois a aposta é que as tarifas sobre os eletrônicos ainda serão menos que os 125% recíprocos sobre a China”, afirmou Vishnu Varathan, chefe de economia e estratégia do Mizuho Bank. O maior beneficiário na Ásia em torno desta notícia provavelmente será a China “temporariamente, mas eu não me consolaria muito com isso, pois as armas ainda estão apontadas para a China.”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo que não houve “exceção tarifária” na medida. Ele disse que os produtos “estão apenas sendo realocados para uma categoria tarifária diferente”, além de estarem sujeitos à taxa de 20% imposta à China em fevereiro como retaliação pela entrada da droga fentanil. Antes da mudança, os produtos eletrônicos receberiam tarifas de 145%.

Horas antes, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, havia afirmado que esses produtos eletrônicos podem ser impactados por tarifas separadas em um mês, o que deu força à impressão da véspera de que as isenções são apenas temporárias.

A lista de exceções foi publicada pela US Customs and Border Protection, a alfândega americana, na noite de sexta-feira (11). Além de smartphones, estão isentos laptops, discos rígidos, processadores de computador e chips de memória, entre outros -itens que em geral não são fabricados pelos Estados Unidos.

A medida foi encarada como um possível sinal de alívio em relação à guerra comercial contra a China, grande fabricante desses produtos. O Ministério do Comércio chinês inclusive afirmou que o anúncio constituía um “pequeno passo” e que o país estava “avaliando o impacto” da decisão.

No entanto, o presidente americano disse em sua rede social que o governo está analisando “os semicondutores e toda a cadeia de suprimentos eletrônicos”. “O que foi revelado é que precisamos fabricar produtos nos Estados Unidos e que não seremos feitos de reféns por outros países -especialmente nações comerciais hostis como a China, que fará de tudo ao seu alcance para desrespeitar o povo americano.”

O presidente Donald Trump e outros oficiais prometeram durante o fim de semana que as tarifas tecnológicas ainda estão por vir, no entanto.

Howard Lutnick insistiu que foi apenas uma pausa, embora as novas tarifas tecnológicas quase certamente serão menores que a taxa de 125% sobre a China. As tarifas sobre chips estão “provavelmente chegando em um mês ou dois”, acrescentou Lutnick.

Redação / Folhapress

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